1Esta semana Donald Trump tomou posse como Presidente dos EUA pela segunda vez. Trump não deixou saudades numa boa parte do Mundo, é impulsivo, com muitas declarações imprevisíveis, autocrático, sem grande respeito pelos acordos e saiu recusando-se aceitar a derrota. Agora está de volta, e com ele parece levar consigo uma equipa ligada aos negócios que nos deve deixar preocupados com o comportamento desta sua nova administração.
Enquanto Europeus devemos estar seriamente preocupados com o que nos espera, num período em que os conflitos regionais parecem cada vez mais escalarem para a guerra e, nós com uma mesmo aqui ao lado, que não vê fim próximo.
Porque elegeram os americanos Trump? A culpa é das mentiras que diz e da capacidade de espalhar a desinformação? Ou será que o slogan “Make America Great Again” (Fazer a América Grande Outra Vez) foi eficaz junto dos eleitores?
Talvez Trump, e os movimentos populistas na Europa, estão a ganhar eleitorado, não por competência própria, mas por incapacidade dos políticos e partidos tradicionais não conseguirem responder às reais preocupações das suas populações.
O Partido Democrata desde Barack Obama que se acantonou nas maiores cidades e se preocupou com temas ligados aos WOKE (questões identitárias, feminismo e políticas LGBT, questões culturais, etc.), esquecendo-se da América profunda, daqueles que viram os seus empregos terminarem pela concorrência chinesa, a quebra de poder de compra e, com a estratégia de “soft power” na política internacional, permitiram o crescimento da influência de potencias como a China.
Esta América esquecida, operários, pequenos empresários e até imigrantes votaram em Trump, porque o Partido Democrata abandonou a sua base eleitoral. Que Trump virá a seguir? Na Europa já temos alguns na forja prontos a sair, Marine Le Pen em França, AFD na Alemanha e outros.
O Mundo tal como o conhecemos desde a II Guerra Mundial não será o mesmo no segundo quartel do seculo XXI, mas para combater esta tendência política não basta gritar que eles são populistas, perigosos e fascistas (que não é mentira). São precisos líderes que tenham o verdadeiro espírito de missão e capacidade de fazer o que tem de ser feito pelas pessoas.
2Uma nota breve sobre a lei que foi aprovada e veio reverter a agregação de freguesias em 2013, que na altura pecou por se limitar a união administrativa de freguesias. Agora 11 anos depois voltamos a discutir as futilidades e visões bacocas de bairrismo e, não conseguimos olhar para o que realmente importa: para que serve uma Junta de Freguesia? Fazer uma reforma que lhes dê efectivas competências e meios e, não andar de chapéu na mão a pedir dinheiro aos respectivos municípios.
3Não podia terminar sem referir a triste noticia que tivemos no final de 2024: o falecimento precoce de Romeu Lima, arquitecto na Câmara Municipal e Presidente da Assembleia de Freguesia de Vilarinho.
É imperativa a minha singela homenagem nestas linhas porque tive a oportunidade de o conhecer e ter contactado com ele por diversas vezes. Era um excelente ser humano e uma pessoa que realmente se importava em ajudar o seu próximo.
Politicamente tínhamos visões diferentes, mas uma coisa era certa, o Romeu tinha sempre a melhor intenção naquilo que fazia e que defendia. É um grande sentimento de injustiça quando nos são roubadas pessoas assim.
*Trump não é culpado