[Opinião] O que tem acontecido em Santo Tirso?

Ana Isabel Silva CRÓNICAS/OPINIÃO

Antes de irmos todos de férias, é importante fazer um balanço do que tem acontecido (ou não) no nosso concelho.

Orgulho Não Termina em junho

As marchas do orgulho LGBTQIA+ são normalmente realizadas no chamado Mês do Orgulho, em junho. Santo Tirso teve a sua primeira marcha em 2023 e este ano voltou a sair à rua em julho, sinal de que a luta por maior visibilidade continua.

Não me canso de dizer: os concelhos que atraem mais gente para viver são aqueles que sabem ser mais abertos e progressistas. Em Santo Tirso, luta-se por um gabinete de apoio à comunidade LGBTQIA+ e por planos municipais para a igualdade. O executivo municipal recebeu os organizadores desta marcha e garantiu a criação de um grupo de trabalho sobre este tema. No entanto, pelo segundo ano consecutivo, o executivo não se fez representar na marcha. Num executivo que quer aparecer em todas as inaugurações e pequenas festas, a sua ausência nesta marcha leva-nos a refletir sobre as razões.

Afinal, quando abre a Piscina Municipal?

A piscina municipal de Santo Tirso está fechada há cerca de quatro meses. Na última Assembleia Municipal, quando questionado o executivo sobre este tema, justificaram com a identificação de uma bactéria, tentando resolver o problema o mais rapidamente possível. Mas desde 14 de maio, a piscina continua fechada e não voltou a abrir. Depois das férias, será que irá reabrir em setembro? Sabemos como esta piscina é, em muitos casos, o único sítio onde a população sénior realiza atividade física. Terá o executivo noção das consequências que acarreta a falta de exercício físico das pessoas mais velhas durante cinco meses? Se tem, porque não arranjou alternativas aos utilizadores deste equipamento? Esperemos que a piscina volte a abrir em setembro, se não apenas a pressão dos cidadãos é que conseguirá levar à resolução célere deste problema.

O que fizeram à Casa de Chá?

Há dois anos que a mítica e emblemática Casa de Chá está fechada. O processo tem tido contornos muito atribulados. Depois da abertura de um concurso que, após preenchido, foi anulado, sendo aberto um novo concurso e, desta vez, a gestão foi mesmo concessionada. Tenho muitas divergências sobre os critérios deste concurso. Santo Tirso precisa de um espaço com atividade cultural e variedade nos seus produtos. No entanto, estes dois critérios eram os que menos contavam para o resultado final. Sabemos agora que este espaço será uma casa de francesinhas. Ora, se no contrato constava essa variedade que iria trazer ao concelho, o que irá acrescentar à cidade algo como um snack bar?

Paradoxalmente, o que contava mais era a decoração e obras no espaço. Mas o que foi feito no espaço retirou, em parte, a essência desta casa. Percebo que queiram aproveitar o espaço da esplanada para tempos mais frios. Mas isto não poderia ter sido feito mantendo as propriedades desta casa? Não poderiam ter optado por algo mais flexível que mantivesse a esplanada nos tempos de mais calor? O executivo da câmara ou não sabia que isto iria acontecer e por isso foram pouco competentes, ou sabiam e não tiveram gosto e requinte nas suas escolhas.

É crucial que o executivo municipal se comprometa a resolver estas questões que afetam a qualidade de vida dos residentes. A visibilidade e apoio à comunidade LGBTQIA+, a reabertura da piscina municipal e a revitalização da Casa de Chá são temas que merecem ação imediata. Um concelho progressista e atento às necessidades dos seus habitantes é um concelho onde todos queremos viver.

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