[Entrevista] Rafael Lopes: “Vila das Aves tem tudo a ganhar com uma candidatura independente”

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Rafael Lopes, líder do movimento independente ‘AVES.’, aponta o dedo à liderança de Joaquim Faria, enquanto indica um futuro com espaços mais agradáveis

Foi o primeiro a apresentar candidatura em Vila das Aves. Rafael Lopes é o rosto do movimento independente ‘AVES.’. Descreve-se como uma pessoa dinâmica e com um ‘projeto interessante’ capaz de fazer ‘mais e melhor’ pela Vila. Quinta da D. Eva é portão de entrada para as eleições. Uma caminhada que diz ser difícil, mas possível de culminar na vitória.

O que o levou a avançar agora para uma candidatura à Junta de Vila das Aves?

Fui desafiado por algumas pessoas e depois de algumas conversas achei que era o momento de avançar. Sempre pensei em me candidatar à junta da minha terra, mas só quando estivesse reformado, quando teria mais tempo livre. Perante as evidências de que Vila das Aves precisava de uma pessoa dinâmica e que podia apresentar um projeto interessante, decidi que era o momento.

Como é que avalia o mandato de Joaquim Faria?

Não é segredo para ninguém, há quatro anos votei em Joaquim Faria pela questão do infantário. Achei que era uma injustiça não termos um infantário e não vi na Junta anterior vontade suficiente para invertermos essa situação. Passados 4 anos, agora sou candidato ‘contra’ ele porque não se fez tudo o que podia ter feito.

A população avense tem sempre a ideia de que está a ser descriminada por parte da câmara de santo Tirso. Se durante algum tempo isso era explicável pela diferença de cores partidárias, agora já não. Mudou alguma coisa ou o sentimento mantém-se?

O que transparece, quer de um, quer do outro, é que há um bom entendimento. Outra oportunidade perdida. São Tomé de Negrelos tem obra e é do partido da Câmara, porque é que nós não temos?

“Temo que Vila das Aves daqui a uns anos só sirva para ir ao supermecado”

Rafael Lopes

A reabilitação urbana, sobretudo no centro de Vila das Aves, é apontada como grande medida do próximo mandato, de acordo com Joaquim Faria e Alberto Costa. Quais são as grandes necessidades nesse âmbito? Por onde começaria?

O plano de reabilitação urbana vai avançar, seja ele ou outro presidente de junta. Não é uma bandeira de Joaquim Faria. O plano foi aprovado em 2016 e retificado em janeiro de 2019. Porque é que isto ainda não avançou? A Rua D. Afonso Henriques, a Rua João Bento Padilha, a Avenida 4 de abril, a Rua Silva Araújo, todas têm que ser reabilitadas o mais urgente possível. Isso não é nenhum trunfo de campanha eleitoral. Vai ter que acontecer.

O importante é que, juntamente com este plano, se faça o Plano Pormenor para a Tojela – Bom Nome – Fontainhas. Se queremos projetar uma vila com futuro, também temos que saber o que vai acontecer naqueles terrenos. É o centro urbano que tem que se resolver. Porque é que não está incluído neste plano a reabilitação do edifício da antiga junta, o Cine Aves ou os prédios em frente à estação? Há financiamento comunitário para este tipo de intervenções e é preciso informar as pessoas desses programas.

Os resultados preliminares dos Censos mostram Vila das Aves com uma queda de população acentuada, acima da média nacional, perto de 6%. Das suas observações, a que se deve esta quebra e como é que pode ser combatida?

A habitação em Vila das Aves está muito cara. Além de muito cara, não se consegue arranjar habitação para arrendar. Se tivermos mais qualidade de vida, uns jardins arranjados, umas ruas limpas, umas escolas apetecíveis, um infantário a funcionar, provavelmente não te importas de pagar mais um bocado pela habitação, mas és beneficiado em tudo o resto. Quando não tens nada disto, vais para outra freguesia. Temo que Vila das Aves daqui a uns anos só sirva para ir ao supermercado.

Com que expectativas parte para este processo?

A expectativa que eu tenho é que é difícil vencer as eleições. Por um lado, porque quem está no poder é o Partido Socialista, também por sermos movimento independente e o nome não estar tão divulgado, mas acredito que cada dia que vou para a rua, tenho mais a expectativa que podemos vencer esta eleição. O que tenho visto nas pessoas é que eles querem que mude porque eles sabem que é possível mais e melhor.

[Ler Entrevista Completa na Edição 679 do Jornal Entre Margens]

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