[Entrevista] Manuel Beja Trindade: “Andar apenas a reboque do presidente da câmara só contribui para a estagnação”

ATUALIDADE

Manuel Beja Trindade é cabeça de lista da CDU à assembleia de freguesia de Vila das Aves e tem na criação de emprego através de uma nova zona industrial e na aposta nas águas termais do Amieiro Galego como grandes propostas.

É a terceira vez no pós-25 de Abril que Manuel Beja Trindade assume uma candidatura à junta de freguesia de Vila das Aves. Nome conhecido do combate político avense, quer garantir um lugar para a CDU na assembleia o que, diz, “seria uma pedra no charco” na “irmandade” da política local dominada pela dicotomia PS/PSD.

A última vez que foi cabeça de lista da CDU à junta de freguesia de Vila das Aves foi em 2001. Por que razão aceitou ser novamente candidato?

Os meus camaradas pensaram que seria a pessoa indicada. Já tenho muitos anos disto e estou dentro dos assuntos. Fui um dos fundadores de um Movimento Cívico que teve grande atividade sobretudo no que tocava à questão ambiental. Na altura havia muito amianto a céu aberto e a poluição nos rios Ave e Vizela, deu pano para mangas.

Tinha má perceção da política antes do 25 de Abril, mas depois de fazer parte da primeira comissão administrativa da junta, mudei essa perceção e acabei por ser deputado na assembleia municipal.

“Quando se fala nas delegações de competências, é tudo bluff. Na prática, continua sempre tudo na mesma”

Manuel Beja Trindade

A população avense tem sempre a ideia de que está a ser descriminada pela câmara de Santo Tirso. Alinha nesse discurso?

Sim. Está tudo subordinado ao poder camarário. Têm a faca e o queijo na mão. Quando se fala nas delegações de competências, sempre em época de eleições, é tudo bluff. Na prática, continua sempre tudo na mesma.

A reabilitação urbana de Vila das Aves foi anunciada como grande prioridade do próximo mandato autárquico. Quais devem ser as grandes necessidades deste plano?

Não sou contra o plano de reabilitação. Sou contra, sim, os planos que não dão em nada. Se for um plano com pés e cabeça e seja para cumprir, estamos de acordo. O problema é que tenho a experiência de já ter passado por três ou quatro destes planos e nenhum foi cumprido.

Realizou a sua apresentação de candidatura no Amieiro Galego e voltou a referir a necessidade de reaproveitamento do espaço, sobretudo das águas termais. Que planos tem para o espaço?

O Amieiro Galego é um espaço importante para todos os avenses. Sou de uma geração em que era o ex-libris desta terra em termos de atração de pessoas. A CDU pretende criar umas novas termas, porque as infraestruturas que lá estão não têm hipótese.

Os resultados preliminares dos Censos apontam para uma quebra da população na ordem dos 6%. A que se deve esta descida e como pode ser combatida?

É simples, as fábricas têxteis fecharam quase todas em Vila das Aves e muita gente foi-se embora. Seis por cento é muita gente e os responsáveis assobiam para o ar. Há formas de alterar a situação, mas é preciso haver empenho.

Com que expectativas parte para o processo eleitoral?

Não temos grande ambições, porque estamos inseridos num meio historicamente difícil para a CDU. Se elegêssemos um deputado seria realmente uma pedra no charco. O lago está muito sereno. Se a CDU entrasse, faria um estrondo.

[Ler Entrevista Completa na Edição 679 do Jornal Entre Margens]

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

seventeen + 7 =