1Realizaram-se recentemente as festas de São Bento de 2023. Uma das maiores e mais aguardadas festas do concelho. As ruas voltaram-se a encher de gente, numa junção entre o convívio e a cultura. Momento de alegria e encontros, é disso mesmo que é feita a cultura. Mas se, entre as opções políticas do executivo tirsense, a cultura tivesse lugar, esta não se resumiria a apenas uma festa uma vez por ano ou a encontros esporádicos. A restante programação que existe é feita pelos grupos artísticos, muitas vezes sem qualquer apoio. Precisamos de uma programação permanente e apoios à criação artística local. Programação permanente permitirá que os tirsenses e as pessoas de concelhos vizinhos saibam que podem vir a Santo Tirso e terão sempre o que ver e fazer. Isto ajuda a estimular a economia local e permite uma maior vida nas cidades. Os apoios à criação permite ajudar quem escolhe fazer da cultura a sua vida e garante que Santo Tirso tem criação própria e consegue ajudar a lançar os seus artistas. Para garantirmos estes dois pilares é necessário um espaço onde tudo isto seja possível. Prometido durante muitos anos, continuamos sem qualquer projeto para o Cineteatro. Se o espaço mais falado para o mesmo parece ter tantos problemas, proponho uma nova ideia: e se reabilitássemos o antigo teatro do parque D.Maria?
2Os trabalhadores e as trabalhadoras da empresa Nuri manifestaram-se esta semana em frente à empresa a reclamar por salários em atraso. Esta empresa sediada em Santa Cristina do Couto, foi fundada há 3 décadas, é produtora de meias desportivas. Pelas notícias que nos chegam, quando os trabalhadores regressaram das suas férias, a empresa tinha fechado com um aviso feito apenas por e-mail, sem mais informações. Isto contrasta com outra notícia de 2019 em que, na altura presidente da Câmara, Joaquim Couto anunciava um investimento de 10 milhões de euros em empresas de Santo Tirso com o estatuto de Projeto de Interesse Municipal. Dentro das cinco empresas escolhidas estavam a Nuri. Esta empresa desde aí tem vindo a beneficiar de redução de taxas e impostos. Estes mecanismos de apoios às empresas são essenciais para distinguirmos boas práticas, a nível laboral e ambiental. É um instrumento bastante valioso para moldarmos o nosso concelho e a sua economia. No entanto, sempre que perguntamos ao atual Presidente da Câmara quais são os critérios para os beneficiários destes apoios serem escolhidos responde-nos que é tudo feito num excel. Uma política tecnocrática que mostra agora os seus efeitos, quando os apoios criados acabam por não trazer mais valias para o nosso concelho.
Com estes dois exemplos paradigmáticos percebemos que a cultura e o trabalho não têm sido as prioridades deste executivo. Mas sem propostas e visão nestas áreas não conseguiremos atrair mais pessoas para o nosso concelho nem torná-lo melhor para quem cá vive. Ainda temos metade do mandato autárquico por cumprir. Esperemos que hajam novidades nestas áreas.