[Opinião] E que tal incluir a ponte de Cense no PRR?

Castro Fernandes CRÓNICAS/OPINIÃO

Num momento quente da política portuguesa, causado essencialmente pelas controvérsias geradas com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP, os principais afetados são o Governo e o Primeiro-Ministro António Costa que têm vindo a baixar sucessivamente nas sondagens, contra o que havia sucedido nos últimos anos que levaram mesmo a que os portugueses entregassem ao PS a maioria absoluta no início de 2022.

Acrescem as divergências públicas e notórias entre o Presidente da República e o Primeiro Ministro de que resultou uma posição pública inédita do PR contra a continuidade no governo do Ministro das Infraestruturas, João Galamba, que se manteve por decisão de António Costa.

Desde as últimas eleições legislativas, que ocorreram depois de um período pandémico muito difícil, têm-se vindo a verificar uma série de alterações políticas que levaram mesmo a mudanças importantes dos membros do Governo. Casos da saúde, com a saída de Marta Temido e a entrada de Manuel Pizarro, e das Infraestruturas, com a saída de Pedro Nuno Santos e a entrada de João Galamba, a que se acrescentam outras pequenas polémicas.

A acrescentar a tudo isto há a questão da sucessão interna de António Costa que levou a que tenham aparecido alguns pré-candidatos, daí resultando, por exemplo, a alteração do Congresso Nacional do PS para 2024. Há também a questão dos novos membros do Governo que revelam pouca autonomia, agilidade e criatividade exatamente no momento em que Portugal vê muito reforçadas as verbas dos Fundos Comunitários, em especial as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Fruto das eleições legislativas antecipadas de 2022, após o chumbo do Orçamento de Estado em Outubro de 2021, o grau de execução do PRR está em níveis muito baixos  (8,6%) e com isto quem mais é penalizado são as regiões, as sub-regiões e os municípios que não vêm os investimentos públicos serem executados em devido tempo. Veja-se o caso de Santo Tirso que está a ver serem executadas duas novas rotundas em Fontiscos e na Ermida nos acessos às variantes à cidade e que poderia neste momento já ter aprovado o estudo da nova Variante à EN- 105, prevista no PDM, entre a zona da Passagem, em Santa Cristina do Couto, e a rotunda de Água Longa de acesso à A41, conforme o prometeu o então Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, antes do arranque das obras das novas rotundas. Veja-se o caso das atuais variantes (à EN-104 e EN-105) que necessitam urgentemente de obras de requalificação, alterando o perfil transversal, com a criação de um separador central para melhorar as condições de circulação e segurança.

Para todas estas obras há verbas suficientes no PRR que têm baixo grau de execução a nível nacional e o que é necessário é ter os projetos de execução prontos para que possam ser lançadas a concurso pela Infraestruturas de Portugal.

Outra obra que merece ser incluída no PRR no concelho de Santo Tirso é a nova ponte prevista no Plano Diretor Municipal de 2011 com uma ligação entre Vila das Aves, a partir do lugar de Cense, e a EN-105, em Rebordões, junto à empresa LMA. Com esta nova ligação o tráfego de acesso de Santo Tirso à zona nascente do concelho, à Vila das Aves e a Guimarães ficaria muito mais fluido do que é atualmente.

Esta é a altura de avançar com propostas concretas para o PRR, amanhã pode ser tarde.

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