[Opinião] Futuro Cinzento ou 2023 de esperança?

Castro Fernandes CRÓNICAS/OPINIÃO

O ano de 2022 vai ficar marcado pela guerra na Ucrânia, a maior na Europa depois da II Guerra Mundial, pela crise humanitária resultante da fuga de milhões de ucranianos, pela crise económica e financeira, pela maior subida da taxa de inflação nos últimos anos, pela subida dos produtos energéticos, pela subida galopante dos produtos alimentares, pela dificuldade cada vez maior no crédito à habitação já que o mercado de arrendamento, pelo menos em Portugal, está insustentável. Com estas condições que se alastram não só à Europa, mas também a todo o mundo, estão criadas condições difíceis de ultrapassar a curto prazo. Daí se poder falar num futuro cinzento só possível de se alterar se parar a invasão russa à Ucrânia que só é possível se houver um acordo mundial Rússia – Estados Unidos da América.

Em Portugal todos sabemos os problemas que atravessamos, muitos deles resultantes dos anos da pandemia provocados pela Covid – 19, que têm reflexos negativos na saúde de todos nós. Em 2021 a oposição decidiu derrubar o governo de António Costa ao não aprovar o Orçamento de Estado para 2022 o que originou que todo o processo de financiamento comunitário do Portugal 2030 se tivesse atrasado, bem como o do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) que visava injetar um suplemento antecipado de investimento público que praticamente ficou paralisado. Só agora parece ter recuperado a execução normal do PRR, para a qual a Comissária Europeia havia alertado em devido tempo e que tantos engulhos originou em alguns membros do governo que possivelmente talvez esperassem o silêncio comprometedor de Elisa Ferreira, que não aconteceu como é natural por parte de quem é responsável europeia do setor.

“Só agora parece ter recuperado a execução normal do PRR, para a qual a Comissária Europeia havia alertado em devido tempo e que tantos engulhos originou em alguns membros do Governo”

Com a eleição do novo governo PS, por maioria absoluta, esperava-se que a situação política acalmasse mas o facto é que as alterações políticas ao nível do Ministério da Saúde e do Secretário de Estado Adjunto da Presidência do Conselho de Ministros e mais recentemente de praticamente de todos os Secretários de Estado dos Ministérios da Economia e das Finanças revelam que a maioria absoluta ainda não estabilizou a sua direção política e é necessário avançar com vistas à resolução dos problemas que se colocam no dia a dia dos portugueses e no seu futuro.

Ultimamente a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, visitou o arranque das obras das novas rotundas de Fontiscos e Ermida que já haviam sido anunciadas há poucas semanas, em Santo Tirso, pelo Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que por sua vez havia sucedido à visita do Primeiro Ministro à Airbn. Esta é uma faceta importante das visitas dos membros do governo que têm uma oportunidade única de lançar mais obras incluindo-as nos fundos comunitários do PRR, até porque há atrasos na sua execução. Obras como as da duplicação das variantes à cidade de Santo Tirso, ou a da variante à da EN105 entre a Ponte da Reboreda (Santa Cristina do Couto) e a rotunda da auto estrada A41 em Água Longa, com apoio no traçado no PDM de 2011, com anúncio da divulgação do Estudo Prévio para o final deste mês, segundo afirmou o Ministro Pedro Nuno Santos, são uma absoluta necessidade já demonstrada publicamente há mais de 10 anos.

E acelerar o passo é demasiado importante porque “pode não haver uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão”.

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