[Opinião] Eleições, eleições

Castro Fernandes CRÓNICAS/OPINIÃO

Nos próximos nove meses vamos assistir a três atos eleitorais, legislativas a 18 de maio, autárquicas no final de setembro e presidenciais no início de 2026. Ano agitado. Alguns podem perguntar se não serão eleições a mais?! As autárquicas e as presidenciais têm data marcada à distância, as legislativas são marcadas com as crises políticas, umas vezes fruto de decisões da Assembleia da República, como aconteceu agora, outras fruto da iniciativa presidencial como aconteceu em 2023 e 2024. Depois do imbróglio da apresentação da moção de confiança do governo de que Luís Montenegro conhecia o resultado final, já se sabia que a mesma ia ser rejeitada na AR até porque Pedro Nuno Santos já o havia anunciado no início desta legislatura.

Até 18 de Maio vão procurar debater-se os principais problemas dos portugueses, desde logo o da saúde que com este governo, apesar das promessas iniciais, piorou e não foi por acaso que o PS apresentou no distrito do Porto como cabeça de lista Fernando Araújo, ex-Diretor Nacional do SNS, professor e ex-Diretor do Hospital de S. João, com um currículo vastíssimo a querer significar a aposta que o PS faz na saúde com a previsão de que poderá ser o futuro ministro da saúde.

Em Santo Tirso dependerá claramente dos resultados eleitorais se o Hospital público vai ser ou não entregue à Misericórdia, ou se continuará como está no Unidade Local de Saúde do Médio Ave.

Outra área extremamente importante é a da habitação, já que em Portugal escasseia a habitação pública, com índices dos mais baixos da Europa, traduzindo-se em falta de habitação, habitações muito caras e rendas muito altas. Existe o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para apoiar a construção mais rápida de mais habitação a custos controlados (contratos de desenvolvimento para a habitação) e mesmo de construções com arrendamento acessível para as classes mais desfavorecidas. Por várias razões, o PRR foi submetido novamente a Bruxelas para a sua reformulação e dois projetos anunciados em maio de 2023 para a Vila das Aves (70 habitações) e em Santo Tirso (150 habitações) ainda não se iniciaram! Esperemos que aqui haja um avanço significativo.

Na área da mobilidade podem avançar com o apoio do PRR obras significativas nomeadamente a variante à estrada nacional 105, entre Santo Tirso e Água Longa (A41) com projeto de execução já em curso, a duplicação das variantes em Santo Tirso (EN 104 e EN 105) e a reformulação do nó da portagem da A3 em Santo Tirso. Outra obra que poderia avançar, desafogando o tráfego da EN 105 entre Santo Tirso e Vila das Aves, com apoios comunitários, é a da nova ponte sobre o Rio Vizela entre Rebordões (EN 105) e Vila das Aves (Cense). Recordo que o traçado desta nova ponte está já definido no Plano Diretor Municipal de 2011.

Com o período eleitoral que vamos atravessar certamente que muito havia a dizer, até porque muita da estabilidade política vai depender da participação dos eleitores e do grau de abstenção. Se os resultados se mantiverem similares aos ocorridos em 2024 é de prever acordos pós-eleitorais que possam contribuir para o futuro, embora Luís Montenegro tenha já recusado liminarmente um acordo com o PS.

Será que o “não é não” de 2024 pode vir a sofrer uma alteração profunda e vai ocorrer uma surpresa?

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