[Opinião] Homenagem a Joaquim Ferreira de Abreu

Castro Fernandes CRÓNICAS/OPINIÃO

O recente falecimento do Senhor Comendador Joaquim Ferreira de Abreu levou-me a relembrar aqui parte do texto da minha intervenção enquanto representante da Comissão de Honra que homenageou em cerimónia pública, em 12 de março de 2011, o então Presidente da Assembleia Geral e sócio n.º 1 da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila das Aves. Na cerimónia então realizada estiveram presentes, entre outras individualidades, o Secretário de Estado da Proteção Civil, Vasco Franco, o Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Nunes Liberato, a Governadora Civil do Porto, Isabel Santos, bem como autarcas do município de Santo Tirso e de Vila das Aves, aos quais se associaram os representantes dos corpos sociais e corpo ativo da AHBV de Vila das Aves, o representante da ANPC, o Vice-Presidente da Mesa do Congresso da Liga dos Bombeiros e representantes de várias Corporações de Bombeiros:

“O Senhor Joaquim Abreu não nasceu num berço de ouro, fez-se homem por si próprio, mas teve como fonte de inspiração do seu desenvolvimento uma pessoa fulcral para toda a sua vida, a sua mãe D. Maria Ferreira de Abreu”.

“O Senhor Abreu muito cedo começou a trabalhar primeiro como operário serralheiro e depois como motorista. A primeira empresa que reu criou foi a empresa de estruturas metálicas Abreus, Lda.”

“Fruto de sucessivos contactos o Senhor Joaquim Abreu iniciou então um processo, para a construção de uma nova fábrica de fibrocimento, a Fibrolite. E é bom que se saiba que foi o próprio que conduziu muitos dos camiões com as máquinas que trouxe sucessivamente de Itália, por uma rede europeia de estradas que não era propriamente a atual. Foi de Itália que trouxe a tecnologia e os técnicos, lutando contra tudo e contra todos, a nível nacional e internacional, num ramo que estava totalmente monopolizado”.

“Em meados da década de setenta, em período não muito fácil para novos investimentos, o Senhor Abreu iniciou a construção da primeira fábrica de isolamentos termo-acústicos de lã rocha em Portugal, a Termolan, com base em tecnologia alemã, em instalações próximas da Fibrolite. Estava a nascer o embrião daquele que é o maior grupo empresarial de isolamentos termo-acústicos de lã de rocha em Portugal, um dos grandes competidores na Europa. Com base na tecnologia sueca foi possível avançar sucessivamente e construir a primeira grande fábrica de isolamentos termo-acústicos em Vila das Aves e em Portugal.  Seguiu-se a Fábrica de Tubos da Barca, que produz as chapas metálicas, e mais tarde uma nova grande unidade de produção da Termolan em Santo Tirso.”

“Todas estas evoluções, todos estes investimentos surgiram da inteligência de um homem que me permitam, sem qualquer formação académica superior ou qualquer doutoramento internacional, é um verdadeiro visionário capaz de executar na prática aquilo que alguns consideram utopia”.

“O Senhor Abreu já deu muito ao país, à região e ao concelho e certamente que o continuará a dar num exemplo de vida que se impõe pela proximidade e pelas referências.

A atribuição, em 2007, da Medalha de Honra da Câmara Municipal de Santo Tirso foi um justo reconhecimento da sua atividade no concelho mas, a prova que a mesma foi merecida é o facto de Sua Ex.a o Senhor Presidente da República, aqui representado pelo seu Chefe da Casa Civil, Dr. Nunes Liberato, lhe ter atribuído e entregue pessoalmente o grau de Comendador de Ordem de Mérito Agrícola e Industrial (Classe de Mérito Industrial)”.

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