Como é da praxe, nesta época do ano a atividade política é tendencialmente dominada pela apresentação dos orçamentos para o ano seguinte. Depois de aprovado o Orçamento Municipal e conhecida a quota parte do valor que corresponderá a cada uma das freguesias, mais aquilo que recebem por via do Orçamento de Estado, a próxima etapa é a aprovação dos respetivos orçamentos. No próximo ano, as freguesias no seu conjunto, irão contar com um reforço das verbas provenientes do município, superior a três milhões de euros. Em Vila das Aves, o orçamento da Junta de Freguesia será apresentado às 21:00 horas do dia 16 de dezembro.
Para além de previsões para o ano seguinte, é também oportuno que neste momento se faça um balanço do ano que agora finda porque, infelizmente e não raras vezes, a adesão dos orçamentos e planos de atividades à realidade, demonstra que demasiadas expectativas ficam por concretizar.
Basta para tanto ter presente o caso do Parque do Verdeal que, mais de nove meses depois da última data anunciada para entrar em funcionamento, ainda não está concluído. Vá se lá saber porquê!?
Oficialmente ainda ninguém deu uma explicação para mais este atraso, apesar desse dever e da consideração de que todos são merecedores.
A falta de informação adensa a especulação em torno dos motivos pelos quais o Parque do Verdeal ainda não abriu ao público. Primeiro falou-se de um erro no último lanço da ponte, depois veio à baila a falta de grades e das casas de banho. Agora há quem fale em socalcos mal definidos e consolidados, que não passaram nos “testes de stress” das últimas enxurradas. Ao que parece, também por lá foi edificado um pórtico de passagem que não dá para lado nenhum! Algo difícil de compreender e que será um enigma para mais tarde decifrar. Há quem diga que um dia, sabe-se lá quando, poderá vir a servir de entrada para contemplar o funcionamento de um moinho de água que existe nas imediações. Tudo isto não passa de especulações que circulam de boca em boca à procura de justificações acerca do que ainda está a impedir a abertura do Parque. Quem tem o dever de esclarecer e informar está remetido ao silêncio.
“No que toca aos investimentos totalmente concretizados em Vila das Aves, basicamente há apenas a destacar a reparação da rua D. Afonso Henriques e a criação de um recinto de street workout no largo Francisco Machado Guimarães”
A cargo do Município estão ainda por concluir as obras no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves que, por força dessa situação, está sem eventos na agenda cultural. Para tanto basta consultar a última edição do Jornal Municipal que, ao contrário do habitual, até ao momento, ainda não foi visto a circular nesta localidade! Embora possa ser obtido no Centro Cultural, talvez não tenha havido interesse na sua distribuição convencional porque, ao longo das suas 24 páginas, volta a não ter qualquer referência a Vila das Aves. É a reconfirmação de que nada se passa em Vila das Aves que mereça registo.
Prosseguindo na análise ao balanço do ano, no que toca aos investimentos totalmente concretizados em Vila das Aves, basicamente há apenas a destacar a reparação da Rua D. Afonso Henriques e a criação de um recinto de “street workout” no Largo Francisco Machado Guimarães. Este último espaço, foi agora rebatizado pela Câmara Municipal com nomenclatura em português, “Estação de Atividade Física”, que pela sua dimensão e falta de perspetiva de enquadramento com a envolvente, seria mais apropriadamente apelidado de apeadeiro!
Deste modo, no balanço do ano corrente temos muito pouco no lado do ativo, mas muito no lado do passivo exigível. Se esta Vila fosse uma empresa estaria tecnicamente falida!
Com o ano de 2022 prestes a acabar já não resta mais tempo à Junta de Freguesia, a não ser para alguns atos de mera de gestão corrente, tais como, a limpeza da publicidade da corrida “Aves em Movimento” que, volvidas mais de duas semanas sobre a prova, ainda está por concluir. Porventura também possa ainda fazer mais um remendo aqui ou acolá, mas acerca dos prometidos passeios novos para este ano, já não será capaz de cumprir nem mais um metro.
Resta-nos esperar que para voltar a ver Vila das Aves “em movimento” não seja preciso esperar pela edição da corrida do próximo ano.