[Opinião] Voltamos à normalidade

CRÓNICAS/OPINIÃO Rui Baptista

1 A Assembleia da República já tomou posse, bem como novo Governo. Chegados aqui constatamos um facto curioso e preocupante: ninguém deu pela falta de Governo e Parlamento. Parece que a vida continuou sem que ninguém sentisse a falta de um Governo ou Parlamento em funções.

É um mau sinal, de que o Governo demissionário ou devidamente empossado das suas funções não passa de um mero gestor do dia-a-dia. Esse perigoso sentimento, infelizmente não está muito longe da realidade.

Ao conhecermos os ministros do novo Governo ficamos com duas certezas:

  1. que este este Governo servirá de campeonato para os putativos sucessores de Antonio Costa. Na arena governativa todos estão em pé de igualdade para lutarem para serem os próximos líderes do PS;
  2.  é mais um Governo de continuidade e sem capacidade de reformar o país, sem intenção de aproveitar os euros de Bruxelas para fazer as reformas que precisamos.

Na tomada de posse vimos que o Primeiro-Ministro não apresentou nenhuma ideia ou intenção de fazer reformas no Estado em sectores que bem precisam. A educação, a Saúde, a Justiça, bem como a desburocratização da máquina do Estado, não estão referidas com nenhumas.

Talvez esteja enganado, mas pelo que vimos a maioria que os Portugueses deram a Costa não servirá para mais nada além de manter tudo como está.

O nosso país, cujo PIB em 2010, representava 83% da média europeia, em 2022 representa 74% da média europeia. No próximo ano a Roménia passará Portugal em PIB per capita. Sim a Roménia.

Com acesso a fundos comunitários e com uma maioria absoluta onde haveria apenas necessidade de alguns entendimentos com o PSD, o Governo tem tudo para mudar radicalmente a economia deste país e deixar de ser o país dos funcionários públicos e reformados. Deixar de ser o país que não consegue gerar a riqueza para aumentar os rendimentos das famílias, deixar de ser o país que carrega em impostos 1/3 da população para poder aumentar as miseráveis reformas e o parco salário mínimo.

Parece um triste fado deixarmos passar ao lado as oportunidades.

“Talvez esteja enganado, mas pelo que vimos a maioria que os portugueses deram a Costa não servirá para mais nada além de manter tudo como está”

Rui Baptista

2 No final de Março foi inaugurada mais uma requalificação em Santo Tirso, a Rua Ferreira de Lemos, mais de 1 milhão de euros gastos numa artéria da cidade.

Na Campanha de há 6 meses atrás o presidente da Câmara prometeu nas Aves aquilo que nem os Avenses sonharam. Sabemos que está em curso o Parque do Verdeal que até tem direito a ponte vai ter e tudo.

Mas aquilo que me questiono é: se na campanha o Presidente da Câmara prometeu uma total requalificação do centro urbano das Aves, hoje já deveria ser apresentada alguma coisa sobre isso. Já deveria pelo menos apresentar as prioridades de investimento.

A diferença da Vila das Aves para Santo Tirso, é que a nossa requalificação é precisa, não para criar ciclovias e jardins, mas sim para resolver problemas graves de circulação pedonal e automóvel. Estou a falar de um quarteirão completo entre o Largo da Tojela, Av. 4 de Abril e Rua Sra. da Conceição

Se foram prometidas obras de requalificação urbana nas Aves durante a campanha é porque já havia projectos, ou será que foram promessas sem nenhuma consistência?

Promessas eleitorais?

Vamos aguardar para ver.

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