A comunidade clariana de Vila das Aves foi iniciada por quatro religiosas espanholas de Menorca, nas Ilhas Baleares, em 17 de junho de 1955. A irmã Albertina, abadessa do mosteiro de S. José, lembrou os nomes das fundadoras, salientando uma delas, “Soror Mercedes, por uma graça especial do Senhor, está hoje connosco”, a quem entregou um ramo de flores. Soror Mercedes relembrou os dias de há muitos anos que passou neste lugar, três anos de uma vida dedicada às comunidades religiosas clarissas.
O histórico edifício no lugar da Carreira onde em junho de 1955 se instalaram as primeiras freiras clarissas tinha sido, anteriormente, convento de freiras visitandinas, as mesmas que estão atualmente no Mosteiro da Visitação de Santa Maria, no lugar do Longal. O edifício havia sido construído por José Maria de Almeida Garrett, cerca de 1890, para a instalação de um colégio de raparigas e doado à superiora das referidas freiras visitandinas, que presidiram ao funcionamento do colégio. O advento da República em 1910 ditou o fim do colégio e a expulsão das religiosas, que se refugiaram em Espanha, sem que tivessem perdido a posse do edifício e de todo o vasto património doado por Garrett. Nos anos de 1930, as religiosas visitandinas voltaram a S. Miguel das Aves, tendo mais tarde mudado para outro convento na zona de Coimbra.
Em 1955 que as religiosas clarissas, num processo de refundação da ordem em Portugal, adquiriram o edifício da Carreira e aí instalaram o seu Mosteiro de S. José. Alguns anos mais tarde, as religiosas visitandinas construíram de raiz o seu novo mosteiro numa das suas propriedades e voltaram a Vila das Aves.
As clarissas são religiosas de clausura, que professam o ideal de pobreza de S. Francisco de Assis e de Santa Clara e a denominação de Clarissas Adoradoras, adotada desde a fundação do Mosteiro em Vila das Aves, relaciona com o facto de terem adoração permanente do Santíssimo Sacramento.
