[Opinião] Semear em Março para colher em Abril

CRÓNICAS/OPINIÃO João Ferreira

Hoje, no nosso país, as aspirações a uma habitação digna de dimensões adequadas, a ter um trabalho de acordo com as nossas aptidões, com um salário digno, a aceder à cultura, ao lazer, a ter tempo para viver segundo as nossas vontades –todas estas aspirações legítimas– são do domínio do sonho para a maioria. O “novo normal” são as preocupações permanentes para controlar o orçamento familiar, a insegurança de todos os tipos, a falta de tempo que desgasta as nossas forças.

Viver melhor, transformar o país em direção a uma democracia avançada e à liberdade plena, é este o rumo da candidatura da CDU. Liberdade que, para nós, não é somente a possibilidade de nos expressarmos, que é imprescindível, seguramente. Porém, quando dizemos “liberdade”, afirmamos a possibilidade, de cada um, se realizar plenamente. Como condição prévia, teremos de nos organizar para que todos vejam satisfeitas as suas necessidades materiais.

Nós não seremos livres, verdadeiramente, enquanto o fruto do trabalho servir para proporcionar lucros a uma minoria, enquanto só conhecemos privações. Onde se encontra a liberdade dos 3 milhões de trabalhadores que auferem salários inferiores a 1000€? O caminho para a liberdade de cada um desses trabalhadores faz-se com o aumento geral dos salários, com um mínimo de 15% e não inferior a 150€.

Não seremos livres se continuarmos esmagados por longos dias de trabalho e por horas perdidas, para vir e ir desse trabalho. Essa liberdade começará a ser ganha com a redução dos tempos de trabalho (35 horas para todos), a aproximação das nossas casas dos locais de trabalho ou da universidade, através do reforço dos transportes públicos.

Onde se encontra, hoje, a liberdade dos mais velhos a quem não se asseguram recursos para viver? De quem foi obrigado a abandonar o seu trabalho para cuidar dos seus pais por falta de apoio? Ou a liberdade dos casais que desejam ter filhos, mas não dispõe dos meios para cuidar deles?  

Essa liberdade começará a ser conquistada com o aumento das pensões em 7,5%, fixando-se um mínimo de €70; com a criação de uma rede pública de equipamentos e serviços de apoio a idosos, e de uma rede pública de creches gratuitas.

Onde se encontra, hoje, a liberdade de quem vê aproximar-se o final do contrato de arrendamento, sendo pressionado a aceitar aumentos escandalosos das rendas sob pena do despejo? De quem vê a prestação do crédito de habitação aumentar para o dobro em apenas dois anos? Das 10 000 famílias do distrito que vivem em casas sem condições de habitabilidade?

Essa liberdade será conquistada com o reforço da oferta de habitação pública; a proteção dos inquilinos com maior estabilidade nos contratos e limites nos aumentos das rendas; a proteção da habitação própria, pondo os lucros da banca a suportar o aumento das taxas de juro.

Onde se encontra, hoje, a liberdade de quem, além do flagelo da doença, ainda desespera à porta do centro de saúde?  Essa liberdade só será conquistada com o aumento dos eleitos da CDU, os quais não vacilam na defesa e reforço do SNS, garantindo médico e enfermeiro de família para toda a população, valorizando-se as carreiras para fixar profissionais no SNS.

Atualmente, muitos vaticinam fortes ventos e marés que tudo arrastam, a começar pelo regime democrático. A todos que se sintam um tanto ou quanto desnorteados, perdidos no meio das dificuldades destes tempos, podem confiar que têm na CDU um porto seguro. Com a exceção dos grandes grupos económicos, cujos defensores de turno são conhecidos, todas as camadas sociais, de todas as condições e idades, têm aqui uma candidatura que protege os seus interesses e responde às suas aspirações.

Que amanhã e nos dias seguintes cada vez mais apoiem esta candidatura e a execução do nosso programa permitirá, finalmente, viver melhor.

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