[Opinião] Uns Mais que Outros e o Adeus a um Fazedor

CRÓNICAS/OPINIÃO Rui Baptista

1O ano vai a meio e a agitação política não para de aumentar.

Desde o início do ano que temos assistido a sucessivos casos de suspeitas de corrupção por elementos do Governo, até à bomba que caiu quando se soube que a TAP tinha pago meio milhão de euros a uma administradora para se ir embora. A partir daí foi a novela da Comissão Inquérito à TAP (CPI) onde desfilaram um rol de protagonistas cada um coma a história mais rocambolesca possível. Pelo caminho vimos que o novo presidente do PSD tem uma casita grande demais para os seus rendimentos e que o seu conterrâneo Deputado Pinto Moreira, alegadamente, é mais um que cedeu aos encantos dos euros do construtor da terrinha.

Em 1900 Bordalo Pinheiro caricaturou a situação política de então com uma grande porca que dava de mamar a uma ninhada de porquinhos representando os partidos políticos de então.

Os secretários de estado (estes com letra minúscula porque não merecem a distinção da letra grande) que se demitiram ate ao momento por suspeitas ignóbeis, tais como o Miguel Alves que terá lesado o estado em 369 mil euros, da administração interna, Artur Neves terá lesado o estado em 364 mil euros, a que foi secretaria de estado da agricultura por 1 dia tinha contas arrestadas com o marido e presidente da Câmara de Vinhais, com os alegados proventos da corrupção. O ministro dos negócios estrangeiros deixou derrapar mais 1000% as obras no hospital militar e agora vemos mais um secretario de estado na defesa que fez uns contratos fantasma enquanto gestor das empresas da Defesa.

O rol é grande, mas o que é mais grave aqui é a passividade do Primeiro-Ministro ao nomear pessoas com passados duvidosos e ao mesmo tempo a tentar varrer para debaixo do tapete esta poeira toda.

2Na semana passada o Ministério Publico (MP) entrou com grande aparato na sede do PSD e na casa de Rui Rio para buscar indícios de que o Partido estava a utilizar a subvenção da AR para pagar salários de funcionários que não estavam na AR.

Se é legal ou ilegal há dúvidas e, como sempre, em Portugal as leis são feitas para serem interpretadas de todas as maneiras

Mas o ponto principal aqui é que o MP está a buscar em todo lado, mas depois não consegue levar a julgamento ninguém, e os que leva andam anos nos tribunais até prescreverem os seus crimes.

O MP faz com este mediatismo das sua actuação é nada mais nada menos que mostrar ao país que a Política é toda igual e que os Partidos são todos como em 1900 quando Bordalo Pinheiro assim a desenhou.

Não tenhamos dúvidas que na politica há muito da caricatura de Bordalo Pinheiro, mas também há gente séria e que apenas quer deixar o seu contributo para a sociedade. Mas com esta banalização da corrupção o que se faz é dizer que são todos iguais, mas que ninguém e preso, e aqueles que poderiam dar um contributo valido não se querem expor e ter a justiça à porta e ficar manchado como mais um corrupto.

Se o MP actuasse correctamente aos poucos iam-se eliminado aqueles bacorinhos que mamam nas tetas da porca, e as pessoas saberiam distinguir o trigo do joio quando votam.

Esta actuação só vai permitir que as pessoas ao acharem que são todos iguais, não mudam, porque não vale a pena, e os que mudam votam nos taberneiros do CHEGA, pois esses afinal ainda não são corruptos.

A “Porca da Poliíica” de Bordalo Pinheiro está bem presente nos dias de hoje, e para quem conhece a História sabe como acabou essa política do inico do seculo. E nunca se esqueça: a História é cíclica e repete-se.

3Termino com aqueles que fazem acontecer e que nos criam futuro.

Faleceu um dos maiores industriais e empreendedores da nossa terra. Enquanto avense e enquanto desemprenhei funções autárquicas na Junta de Freguesia de Vila das Aves não poderia deixar aqui de manifestar o reconhecimento pelo que fez na e pela Vila das Aves. Todos sabemos que a Vila das Aves não seria a mesma se o Sr. Comendador Joaquim Ferreira de Abreu não tivesse existido.

Graças ao destino e talvez a Deus que a nossa terra teve a sorte de conhecer em várias gerações muitos empresários que deram muito a esta terra. Se outros marcaram o seculo XX o Sr. Joaquim Ferreira de Abreu marcou o último quartel do seculo XX e o seculo XXI.

Penso que todos os avenses devem ter a consciência de que homens deste não aparecem todos os dias e quando partem devem ser lembrados como exemplo para as gerações seguintes.

Espero sinceramente que há semelhança do passado as autoridades da Vila saibam dar a devida lembrança a este nosso conterrâneo, mas que foi muito maior que a sua vida.

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