Terminado o período eleitoral autárquico seguido da posse dos eleitos e dos respetivos discursos estão criadas as condições para que um novo mandato arranque com a preparação das Grandes Opções do Plano e respetivo Orçamento para 2026, o instrumento previsional mais importante na gestão das autarquias.
O Plano de Atividades e o PPI (Plano Plurianual de Investimentos), quer se trate da Câmara Municipal de Santo Tirso ou de uma Junta de Freguesia, deve ter em conta o Orçamento de Estado para 2026 que ainda não está aprovado definitivamente. No entanto, sempre se conhecem as previsões do Orçamento de Estado apresentadas na AR e há valores apontados nas transferências para as autarquias Câmaras Municipais e Juntas de Freguesias, e conhecem-se as receitas fiscais que vão ajudar a construir os Orçamentos Municipais e das Juntas de Freguesia.
Entretanto, este é o momento em que as Câmaras Municipais apresentam ao governo e à AR as suas propostas através da ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses) e as Juntas de Freguesia através da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias). Estas negociações têm a ver com a Lei das Finanças Locais, com a política fiscal para as autarquias e com o valor do FEF (Fundo de Equilíbrio Financeiro) que é transferido do Orçamento de Estado para as Câmaras Municipais, bem como com os valores que são transferidos do Orçamento de Estado para as Juntas de Freguesia, o que nem sempre aconteceu porque antes eram as Câmaras Municipais que faziam as transferências para as Juntas de Freguesia. Também a Assembleia Municipal tem um Orçamento próprio que dadas as competências não tem um significado considerável.
Outros tipos de partilhas têm de ocorrer entre a Câmara Municipal e os partidos representados no executivo municipal e na Assembleia Municipal ao abrigo do Estatuto da Oposição. A Câmara Municipal deve também procurar acordar com as Juntas de Freguesia a elaboração do PPI, as delegações de competências e as transferências de capital e correntes com base nas propostas das Juntas de Freguesia. De tudo isto depende a elaboração dum Plano de Atividades o mais consensual possível que é sempre uma decisão política.
Por último, assunto da máxima importância para o concelho de Santo Tirso é o da situação do Hospital público depois de em dezembro de 2024 o Primeiro Ministro, Luís Montenegro, ter assinado um acordo com a União de Misericórdias através do qual se previa a entrega do Hospital púbico à Misericórdia de Santo Tirso em 31 de março de 2025. Aconteceu que antes das eleições legislativas de maio passado o Ministério da Saúde divulgou que ia ser feito um estudo de avaliação do processo de transferência sem que até hoje seja conhecido qualquer resultado. Entretanto, a Urgência do Hospital tem estado infelizmente encerrada por falta de médicos, mas não tem sido dada qualquer explicação pública para a solução do grave problema.
