O Hospital de Santo Tirso tem estado no centro do debate político em Santo Tirso, sendo uma arma de arremesso do PS local e da Câmara Municipal contra o Governo e, com isso pretende que os estilhaços atinjam o PSD local.
Sabemos que os partidos mais à esquerda BE e PCP estão sempre contra o sector social (IPSS e Misericórdias) porque a base do seu eleitorado depende daqueles a quem o Estado não consegue chegar, dessa forma não interessam melhores serviços.
O cerne da questão é a devolução da gestão do Hospital de Santo Tirso à Misericórdia de Santo Tirso, dona do edifício, a quem o Estado paga uma renda. Com esta passagem o que se pretende é que a Misericórdia convencionado com o Estado mantenha os serviços actuais.
Aquilo que o PS local está a dizer é que o Hospital vai passar a privado e, que vamos fiar sem Hospital publico em Santo Tirso, caso para perguntar: que hospital? Aquele que o PS nacional desmantelou e o PS local na altura deixou passar?
O pecado capital da perda do Hospital em Santo Tirso, não é se é gerido pelo Estado ou Misericórdia, mas sim os serviços essenciais que perdemos ao longo dos anos.
Em Março de 2006 o Governo de José Sócrates, com Correia de Campos como Ministro da Saúde e, Manuel Pizarro como secretário de Estado da Saúde decretaram o encerramento da Maternidade em Santo Tirso.
Em 2006 era Presidente da Câmara de Santo Tirso, Castro Fernandes, que se mostrou contra essa decisão, cito:“Há uma pressa excessiva para criar a política do facto consumado”, afirmando que caso se concretizasse esse encerramento o governo teria de “compensar” o concelho, nomeadamente com a realização de obras no hospital.
Em 2007, em declarações à RTP, Castro Fernandes dizia que que “já passou tudo”, prosseguindo de seguida, “nem falo sobre o encerramento da maternidade, agora temos em Santo Tirso o Centro Hospitalar do Médio Ave e já foi tudo dito sobre esse assunto”.
Perdemos os serviços no hospital, mas ganhamos aqui a sede do conselho de administração. Na altura a RTP constatou que nesse ano “embora sem números oficiais, parece ser ponto assente entre grávidas e obstetras da região que os bebés de Santo Tirso passaram quase maciçamente a nascer nos hospitais e clínicas privadas das redondezas”.

Em 2006 o mesmo PS que hoje rasga as vestes pelo hospital de Santo Tirso, foi o mesmo que nada fez, para que os serviços essenciais fossem encerrados em Santo Tirso, e ao longo dos sucessivos Governos (em 15 anos, 11 foram governados pelo PS) nada exigiu que se fizesse de melhoria em Santo Tirso e, mesmo em Famalicão.
Na altura a JSD e o PSD fizeram tudo o que se podia fazer para impedir esse encerramento, porque sabíamos que a partir daí nunca Santo Tirso estaria na rota do investimento para um Hospital novo.
Quando em 2015 o Governo do PSD quis devolver a gestão do Hospital à Misericórdia, após as eleições o PS forma Governo e trava esse processo, mas voltou a não fazer investimentos em Santo Tirso e em Famalicão.
Podem sempre alegar que foi feito investimento na unidade de saúde mental, mas em que medida esse investimento serve as urgências, maternidade, e todos os serviços que perdemos? Relativamente a esse investimento desafio a fazerem uma reportagem sobre a obra em questão e os erros que tem que a tornam inoperacional.
Agora querem novamente usar o Hospital de Santo Tirso como arma política nacional e local, mas sabemos o que fizeram em Março de 2006.