[Opinião] Noves Fora, Nada…

CRÓNICAS/OPINIÃO José Manuel Machado

É tudo quanto se pode dizer acerca do balanço das realizações da Junta de Freguesia de Vila das Aves no ano findo. Foi exatamente isso que o executivo foi forçado a admitir na última sessão da Assembleia de Freguesia. No dia 16 de dezembro, por ocasião da apresentação do orçamento foi revelado que tudo o que estava contemplado para ser realizado no ano passado teve zero de execução, pelo que transita tudo para 2023! Esta foi a triste e indisfarçável realidade que inevitavelmente teve de ser reconhecida no Plano Plurianual de Investimentos que integra o orçamento deste ano. Nem tão pouco foi preciso esperar pelo mês de abril para constatar isso na Prestação de Contas.

Foi o reconhecimento antecipado e forçado da tremenda incapacidade de trabalho desta Junta, da sua incompetência na elaboração dos documentos previsionais das atividades, um incumprimento total dos objetivos que se propuseram atingir no ano que findou. Um fracasso completo de que não há memória em Vila das Aves!

Esta aflitiva factualidade já há muito que era percebida pelos avenses, mas agora está fielmente reproduzida nos documentos oficiais disponíveis, que comprovam a falta de adesão à realidade dos orçamentos e planos de atividades. Mais uma vez, numerosas expectativas ficaram por concretizar. Coisas tão básicas como: requalificação de passeios e arruamentos, edifícios, parques e jardins, cemitério e mercado, tiveram zero de realização de despesa pública. Com toda a desfaçatez estas rúbricas transitam para o orçamento deste ano! Com que credibilidade?

“Na última Assembleia de Freguesia, mais uma vez ficou bem claro que o Presidente da Junta continua a viver na ilusão de que conseguirá continuar a enganar sempre toda a gente. Para tanto basta ter presente o que disse acerca da sua promessa eleitoral de 2017 tendo em vista a reabertura do Infantário”

A apreensão e o desassossego apoderam-se dos avenses e faz todo o sentido advertir a Junta de Freguesia citando Abraham Lincoln: “podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.”

Na última Assembleia de Freguesia, mais uma vez ficou bem claro que o Presidente da Junta continua a viver na ilusão de que conseguirá continuar a enganar sempre toda a gente. Para tanto basta ter presente o que disse acerca da sua promessa eleitoral de 2017 tendo em vista a reabertura do Infantário. Chegou ao desplante de se referir ao assunto como tendo sido atingido “o término de um processo moroso e burocrático”, quando efetivamente o que está em curso é tão somente o início de um concurso público tendo em vista a obtenção de propostas para a execução da obra. Continua a haver um longo caminho a percorrer até que as obras possam ter início. Foi dado apenas um passo elementar, anunciado com o fito de justificar a demora e disfarçar a forma inábil que sempre demonstrou para lidar com um assunto desta natureza. Mais de cinco anos volvidos, o concurso público representa tão somente o início e não o fim de coisa alguma. O processo ainda tem muito para andar, pelo que, também neste assunto não há nada de novo!

Com tanta coisa a que falta dar saída, este executivo não resiste sequer à Prova dos Nove. Na verdade, esta prova não é infalível, mas em alguns casos funciona! De facto, a sua utilização deixou de ser ensinada nas escolas, mas uma aritmética tão elementar quanto esta é mais do que suficiente para avaliar esta governação. Perante isto, é mais do que natural que a oposição em uníssono tenha manifestado dúvidas e inquietações enormes em torno do Orçamento da Junta para o ano corrente, tendo por isso sido aprovado apenas com os votos favoráveis da maioria socialista. Mais uma vez este documento está somente ancorado nas transferências do município, que manda e desmanda a seu belo prazer numa Junta de Freguesia sem vontade nem rumo próprio. Para tanto basta recordar que não foram capazes de plasmar no Orçamento uma única proposta das oposições, com as quais tinha previamente reunido, alegadamente com o fito de recolher sugestões. Foi mais um número artístico levado a cabo para criar a ilusão de diálogo com todos os eleitos. Pela mão do Movimento Independente AVES. foi entregue um conjunto de 35 propostas de sugestões. Como está bom de ver, também nesta matéria… Noves Fora Nada!

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