[Opinião] O Orçamento e os Ocupas

CRÓNICAS/OPINIÃO Rui Baptista

1O orçamento municipal para 2023 já foi aprovado em reunião de Câmara e com um aumento de cerca de 10 milhões de euros, passando de 48,1 para 58,2 milhões. Este aumento do orçamento deve-se sobretudo a transferências do Estado fruto das delegações de competências. Obviamente que estas transferências acarretam também o respectivo aumento da despesa corrente. Só na área da Educação ascendem a 6 milhões de euros onde a Câmara integra 300 funcionários não docentes das escolas. Quer isto dizer que este aumento de 10 milhões de euros não se traduz num aumento da capacidade de investimento, o investimento no PPI (plano plurianual de investimentos) teve um aumento de 10% face ao ano anterior.

O Orçamento Municipal é um documento de intenções da Câmara para arrecadar a sua receita e investi-la, ao mesmo tempo também conseguimos ver como pretende racionalizar essa mesma receita, onde a quer gastar e com quem.

Neste campo é que conseguimos, para já, vislumbrar que para a Vila das Aves vemos que a Rua Joao Bento Padilha e a Av. 4 de Abril de 1955 estão no plano de intenções. Veremos o que a Câmara reserva para a nossa terra no próximo ano, visto que este ano, que agora termina, foi mais um sem que nada de estrutural se fizesse, a não ser o parque de Street Workout no Largo D. Eva M Guimarães, uma obra onde a escolha da localização é mais que discutível.

Em jeito de conclusão parece que a Vila das Aves vai continuar a ser a filha enjeitada do Município, que recebe muito menos que as suas irmãs, apesar de ser das filhas que entrega mais rendimento em casa e, a cidade continua a ser a filha primogénita que tudo recebe.

“Parece que a Vila da Aves vai continuar a ser a filha enjeitada do Município, que recebe muito menos que as suas irmãs, apesar de ser das filhas que mais rendimento entrega em casa”

2Nas ultimas semanas temos assistido, um pouco por todo o mundo, jovens a ocuparem edifícios e vandalizarem obras de arte para chamarem a atenção para a urgência climática.

Antes de mais é muito positivo que os jovens tenham consciência do colectivo e se manifestem e alertem os que decidem hoje, pois eles serão os mais impactados no futuro.

As alterações climáticas são de facto o problema maior que temos em mãos, pois já estamos a sentir na pele os seus efeitos e num futuro que muitos de nós vamos assistir teremos fenómenos tão devastadores para a vida no planeta. o que torna ainda mais grave este problema é que a sua resolução é muito difícil, pois depende de todos, sem excepção, e conseguirmos que todos os países, todos os governos, todos os povos mudem radicalmente as suas vidas para que possamos preservar o planeta torna esta tarefa hercúlea.

Desta forma é muito importante que as sociedades se mobilizem para pressionar os governos a tomarem medidas.

O que lamento profundamente é quando um tema tão importante como este é ridicularizado pelos próprios manifestantes.

Nas últimas semanas em Portugal assistimos a uma serie de “ocupas” pela acção climática, mas que na realidade são apelos à insurreição, desrespeito pelas regras básicas da vida em comunidade e em democracia. Além deste teatro não resta uma ideia, um programa, uma proposta, um vazio total do verdadeiro propósito que os deveria estar a motivar. É muito triste quando olhamos para o futuro vemos esta irresponsabilidade e intolerância aproveitada ou motivada por alguns partidos.

Atirar óleo ou colar-se a obras de arte, ocuparem escolas e impedirem todos os alunos de terem aulas apenas traz a repulsa dos cidadãos em vez de os aproximar desta causa.

Nas imagens dos telejornais vimos muitos dos que ocuparam escolas em Portugal vestidos com roupa da Zara e a filmarem com Iphones, marcas que produzem os seus bens em países como a China que em nada respeitam o clima e até os direitos humanos.

Na hora do consumismo destes inconformados já não se pratica acção climática.

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