[OPINIÃO]Vale a Pena Pensar Nisto

CRÓNICAS/OPINIÃO José Manuel Machado

Nas eleições autárquicas do passado dia 26 de setembro a abstenção ultrapassou os 46%.  Foi a segunda taxa mais alta em eleições locais. Desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976, esta foi a segunda taxa mais elevada e só em 2013 é que se atingiu percentagem superior. Inverteu-se a tendência de descida registada em 2017 e, infelizmente, Vila das Aves não foi exceção. 

“Vi e ouvi o direto do facebook de Joaquim Faria numa ode triunfal a celebrar o resultado eleitoral com o seguinte cântico: ‘Esta mer** é toda nossa, olé, olé! E esta mer** é toda nossa, olé, olé!’

José Manuel Machado

Vi muito poucos jovens com aquela emoção de quem vota pela primeira vez, com os olhos vibrantes de quem já toma decisões de adulto. Vi também a equipa do presidente da Junta a fazer uma guarda ao território nunca antes vista. Uma agitação e azáfama gigantesca, composta por numerosas pessoas arregimentadas a preceito e até munidas de auriculares de segurança privada. Tudo isto numa jornada em que o grande destaque, mais uma vez, acabou por ser a abstenção.

Nessa noite, às 23:30, também vi e ouvi o direto do facebook de Joaquim Faria numa ode triunfal a celebrar o resultado eleitoral com o seguinte cântico: “E Esta Mer.. é Toda Nossa, Olé, Olé! E Esta Mer.. é Toda Nossa, Olé, Olé!”

Tudo o resto é inenarrável!

Só visto e ouvido, se porventura, não tiver sido já apagado da página do Joaquim Faria no Facebook. Mas já há por aí muitas cópias onde consultar.

O bom desempenho eleitoral do PS no concelho e nas Aves foi óbvio, mas nada justifica a natureza dos festejos de Joaquim Faria que, até perdeu umas escassas dezenas de votos face às eleições de 2017. O presidente da Junta reeleito tem de perceber que, numa situação como aquela que nós estamos a viver e em que o PS se projeta com grande poder de influência e decisão no país, deve ser muito mais atento na maneira como exerce o seu poder, muito mais prudente e sensato, respeitador dos outros interlocutores políticos e institucionais, respeitador de todos os outros poderes legítimos que fazem parte da sociedade avense, porque quanto maior é a sua força política mais deve demonstrar que está à altura de exercer o poder e as responsabilidades que o avenses lhe confiaram, sem equívocos, sem trapalhadas, sem abusos. Sejam eles de que natureza forem, de linguagem ou outros!

Por mérito próprio e demérito alheio o PS em Vila das Aves alcançou mais dois mandatos para a Assembleia de Freguesia. Aumentou de sete para nove o número de membros eleitos. Tem agora uma oposição numericamente inferior, mas repartida por duas tendências diferentes. O Movimento Independente AVES. e o PSD, qualquer um deles com dois elementos eleitos para a Assembleia de Freguesia.

Do PSD nada se sabe, mas o Movimento Independente AVES. já tornou público que os dois mandatos obtidos no sufrágio serão plenamente assumidos pelos dois primeiros elementos da lista, Rafael Lopes e Rui Jorge Carneiro. Apesar de o resultado eleitoral não ter correspondido às ambições e expectativas da equipa, da reunião geral resultou a determinação inequívoca para continuar o trabalho iniciado, rumo à construção de um futuro cada vez mais profícuo e capaz de elevar a Vila das Aves a um patamar de desenvolvimento consentâneo com as expectativas de todos os avenses.

Votos de bom trabalho para todos os atores políticos e institucionais.

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