[Opinião] Habemus Obras!

CRÓNICAS/OPINIÃO José Manuel Machado

Longe vai a expectativa do presidente da junta e de todos quantos nela acreditaram, quando se fez eco de uma obra que até parecia ter sido muito bem calendarizada e planeada para evitar embaraços de maior no acesso à Escola Secundária D. Afonso Henriques, no próximo período letivo. Até seria sensato, mas era pura ficção!

A obra arrancou imediatamente após a paragem das atividades letivas, na última metade do mês de julho, mas parou logo de seguida para férias dos trabalhadores da empresa adjudicatária. Estava bom de ver que se tratou de mais uma falsa expectativa que o presidente da junta tentou impingir aos avenses quando apregoou que as obras estariam “totalmente concluídas em meados de setembro”!

Desconhece-se em absoluto qual a empresa responsável pelos trabalhos, porque não existe no local o Edital que é obrigatório estar afixado, com nome, valor e o prazo de execução. Mas, recentemente foram colocadas umas placas “manhosas” a sinalizar aquilo que se presume ser um desvio alternativo para o trânsito destinado à Escola Secundária. Por isso ainda tenho moderada esperança que, entretanto, seja disponibilizada mais alguma outra informação acerca desta obra.

Claro que todos reconhecerão que a requalificação da Rua D. Afonso Henriques é uma das muitas intervenções necessárias e urgentes na rede pública viária em Vila das Aves. Também não questiono a prioridade estratégica da obra, mas parece-me curta a verba de que se fala…

“Pior ainda, perdeu-se uma boa oportunidade para efetuar a ligação com a Rua 25 de Abril, que em muito melhoraria a mobilidade urbana naquela zona. Uma continuidade que, apesar de prevista há décadas , permanecerá adiada. O poder político local continua curto de vistas e assim vamos assistindo a intervenções focadas apenas em acudir às necessidades mais prementes”

Alegadamente trata-se de uma obra da responsabilidade da Junta de Freguesia, pelo que será inevitavelmente minimalista. Os responsáveis políticos locais abdicaram de promover o desenvolvimento de uma artéria, devidamente adequada às funções de uma envolvente que é, simultaneamente, escolar e residencial. Basicamente as obras contemplam apenas um novo pavimento, em alcatrão, e a requalificação dos passeios. Porventura mais meia dúzia de coisas de pouco dispêndio. Mas, entretanto, os paralelepípedos de granito já foram, sabe-se lá para onde, … e as árvores também!    

Pior ainda, perdeu-se uma boa oportunidade para efetuar a ligação com a Rua 25 de Abril, que em muito melhoraria a mobilidade urbana naquela zona. Uma continuidade que, apesar de prevista há décadas pelos promotores daquele loteamento, permanecerá adiada. O poder político local continua curto de vistas e assim vamos assistindo a intervenções focadas apenas em acudir às necessidades mais prementes.

Bem melhor informados estão os avenses acerca das obras municipais que estão em curso no Centro Cultural. Sabe-se que se trata de obras de reparação da cobertura do edifício, num valor que ronda os 170 mil euros. Saúdo a perícia da Câmara Municipal para encontrar verba disponível, porquanto o orçamento municipal para 2022 contemplava apenas mil euros para obras de conservação nesse edifício. Claro que o montante inicialmente orçamentado era pouco mais do que o necessário para o gasto em baldes para aparar a água que cai lá dentro, tal como aqui neste espaço dei a devida nota, em dezembro último.

São obras destinadas a resolver problemas com infiltração de água, cerca de 20 mil euros mais dispendiosas que o valor que consta para as obras de requalificação da Rua D. Afonso Henriques…    

Mas o que mais importa é que, finalmente, temos alguma obra pública premente a decorrer em Vila das Aves, tanto a cargo da câmara como da junta. É poucochinho, mas parece que é quanto basta para aquela fatia de população mais inerte e pouco interessada em pensar o desenvolvimento futuro da Vila. Espero sinceramente que tudo corra bem.

Brevemente a Vila das Aves vai voltar a estar em foco com a inauguração do Parque do Verdeal, vai ser um regabofe à maneira, com ou sem feijoada na ponte! É claro que ao fim de mais de 30 anos de espera ninguém pode estar ansioso, gostava era que a abertura desse Parque não relegasse para as calendas assuntos como o Parque do Amieiro Galego e sua revitalização, ou o aproveitamento público das parcelas que constituem a denominada Quinta dos Pinheiros, cuja posse plena já foi devolvida aos detentores iniciais, mas que continuam num silêncio ensurdecedor.

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