Aproxima-se a reta final da pré-campanha para as autárquicas e avança já na próxima segunda-feira a campanha eleitoral. A apresentação das listas das principais candidaturas foi feita no final da semana passada e as fases mais intensas do chamado porta a porta já estão em curso nas catorze freguesias do concelho de Santo Tirso. Alguns dos programas eleitorais estão a ser divulgados e alguns dos órgãos de comunicação também já divulgaram e divulgam as entrevistas aos candidatos e os debates entre candidatos. Os órgãos de comunicação local estão a cumprir o seu papel informativo num momento muito difícil para a imprensa local em que os apoios oficiais são diminutos, ao contrário do que sugere a legislação. A chamada grande imprensa, que é bem financiada pelo estado, esquece os médios e pequenos municípios e ainda esquece muito mais as freguesias.
Neste contexto e para percebermos o que poderá eventualmente acontecer no próximo 12 de outubro é bom que recordemos os últimos resultados das eleições legislativas de 18 de maio de 2025, em Santo Tirso, com uma abstenção concelhia de quase 30% (18.583 votos), onde o PSD obteve 14.205 votos (32,66%), o PS 12.473 votos (28,68 %), o Chega 8.623 votos (19,83 %), a IL 2.407 votos (5,53%), o Livre 1.357 votos (3,12%), o BE 787 votos (1,81 %) e a CDU 787 votos (1,81%). Houve, portanto, uma forte alteração nas eleições legislativas face às anteriores!
Quanto às últimas eleições autárquicas de 2021, com uma abstenção muito elevada de 42,8% (26.133 votos), o PS obteve 21.420 votos (60,36%), a coligação PSD/CDS obteve .6612 votos (18,6 %), o BE obteve 2.147 votos (6,05%), o Chega 1.577 votos (4,44%), a CDU 1.233 votos (3,47%). Recordo que a abstenção na UF Santo Tirso ultrapassou os 50%, número nunca visto em autárquicas!
Neste contexto entende-se que há vários fatores a ter em conta para as próximas eleições autárquicas. Em primeiro lugar o fator abstenção que em 2021 teve tanto impacto nos resultados eleitorais, nomeadamente no número de vereadores eleitos, fruto da aplicação do método de Hondt. As últimas eleições legislativas de 2025 revelam que a abstenção diminuiu muito! Será que nas próximas autárquicas se manterá o nível de abstenção de maio passado ou os eleitores estão mais preocupados com legislativas? É uma questão fundamental acrescida do facto do número de votantes no Chega ter crescido de 1.577 votos (4,44%) nas autárquicas de 2021 para 8.623 votos (19,83%) nas legislativas de 2025! Claro que os votos das legislativas não têm transposição automática para as autárquicas, mas que há fortes alterações no universo eleitoral, há. A ter também em conta o fraquíssimo resultado da coligação PSD/CDS, em 2021, que foi claramente anómalo em todas as eleições autárquicas ocorridas depois do 25 de Abril.
Estão alteradas as circunstâncias, o PS apresenta alterações substanciais na vereação, com dois novos candidatos que eram presidentes de Junta e que eu sugeri em 2021, Jorge Gomes e Marco Cunha, e nove novos candidatos a presidentes de Junta! O PSD renovou completamente os candidatos à lista da Câmara Municipal. Os candidatos a presidentes de Junta do PSD foram apresentados muito mais cedo do que é habitual!
Vila das Aves pela terceira vez seguida não terá um único vereador em lugar elegível, apesar de o PSD apresentar o candidato a presidente da Assembleia Municipal, Rui Baptista, oriundo de Vila das Aves. Segundo as minhas previsões a mais antiga Vila que comemora o 70.º aniversário não irá ficar corretamente representada nos órgãos concelhios.
É uma opção política de que sempre divergi!