Desportivo das Aves desvenda projeto “único” para desportos de areia

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Arena reaproveita campo contíguo ao pavilhão para criar espaço com cobertura amovível dedicado aos desportos de areia, complementado por um pequeno sintético. Antigo autocarro vai ser transformado em espaço de homenagem à Taça de Portugal.

Desde o anúncio da criação da equipa de futebol de praia do Desportivo das Aves que circulava a ideia de o clube aproveitar o campo contíguo ao pavilhão para criar uma infraestrutura com areia que servisse de apoio à modalidade. O que talvez não estivesse nas cogitações fosse um projeto com a envergadura e o rasgo daquele que foi apresentado na passada terça-feira, no auditório do centro cultural.

Não se trata de um simples campo com areia. É uma arena multidesportos, dirigida às modalidades de areia, ditas de verão, cuja cobertura amovível permitirá aos atletas treinar também durante o inverno. É, como foi assinalado com convicção durante a sessão pública de apresentação, um projeto “único” e “inovador” que agregou entidades desportivas e autárquicas em torno deste conceito.

Pedro Pereira, presidente do CD Aves, explica que este projeto “ambicioso” cumpre dois objetivos concretos. “Foca-se essencialmente na recuperação de um espaço que estava inutilizado” e afirma-se como plataforma dedicada a uma “área bastante desapoiada como são os desportos de areia”.

A estrutura foi pensada para poder receber estágios não só de equipas nacionais como internacionais, não só no que diz respeito ao futebol de praia, mas também para o vólei, andebol e ténis de praia. Modalidades, em franco crescimento e com ambições olímpicas, inclusive.

“Tudo começou por um campo de areia, mas depois começamos a pensar que faria sentido ter uma bancada. Da bancada amovível passou-se para uma fixa e daí para uma cobertura”, recorda o dirigente avense ao detalhar os passos do projeto. “Começou a ganhar tração, começamos a falar com os responsáveis pelas federações e percebemos que tínhamos aqui uma oportunidade de fazer algo único”.

Basta ver o olhar de satisfação de João Saraiva, representante da Federação Portuguesa de Futebol, mais conhecido pelo grande público como Madjer, múltiplas vezes galardoado como melhor jogador de futebol de praia do mundo, para perceber o impacto efetivo que esta arena pode ter na vida dos atletas.

“Vai ser um projeto que vai ajudar a potenciar muito os atletas”, garante. “Eu sei o quanto custa para um atleta de modalidades de areia preparar um campeonato do mundo fora da época. Muitas vezes temos de ir para fora do país com o investimento de um estágio que se fosse em Portugal era financeiramente muito mais suportável. Somos um país pequeno mas recheado de talento e acho que tendo cada vez mais projetos diferenciadores, vamos ter cada vez mais praticantes de excelência”.

Câmara aprova subsídio de 500 mil euros

O projeto terá o custo total a rondar os 850 mil euros, faltando ainda finalizar alguns pormenores, no entanto o entusiasmo institucional já garantiu uma parcela muito relevante do bolo. Na quinta-feira passada, em reunião de câmara, o executivo municipal aprovou por unanimidade a atribuição de um subsídio para a construção da nova infraestrutura desportiva no valor de 500 mil euros.

“Quando os projetos são bons, são diferenciadores, é exatamente isso que queremos cá no município de Santo Tirso”, aponta Alberto Costa, em declarações aos jornalistas, salientando que a vertente social inerente a esta arena, cujo campo sintético vai servir a comunidade. No local será também instalado um antigo autocarro do clube que será transformado em área de homenagem à vitória na Taça de Portugal, venda de merchandising e restauração.

Para o presidente da Câmara o Desportivo das Aves é o exemplo de um clube que, perante as dificuldades, não definhou. Encontrou um caminho alternativo, noutras modalidades, colocando sempre o nome do clube no patamar dos melhores a nível nacional.

Pedro Pereira sublinha, no entanto, que ainda há muito trabalho pela frente. É preciso “encontrar soluções” financeiras para que se possa avançar com a obra no terreno. “Teria todo o gosto em ter um patrocinador que ficasse com o nome da arena. Vamos meter os pés ao caminho”, rematou.

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