No passado dia 15 de Novembro houve mais uma greve nas escolas, desta vez uma greve convocada pelo sindicato STOP para os assistentes operacionais e, estranhe-se foi a uma sexta-feira.
Desde o inicio do ano lectivo, em Setembro, já tivemos seis greves em 11 semanas: 27 de Setembro (sexta-feira), 4 de Outubro (sexta-feira), (25 de Outubro (sexta-feira), 31 de Outubro (sexta-feita, véspera de feriado), 4 de Novembro (segunda-feira a seguir ao feriado de dia 1), 15 de Novembro (sexta-feira).
É normal que hoje os pais não hesitem em escolher a escola privada para os seus filhos, a pandemia de 2020 colocou a nu a falta de meios humanos e capacidade da escola publica atender a todas as necessidades dos alunos.
Já aqui escrevi sobre a falta de professores e a desvalorização da profissão há vários anos. A escola publica politizou-se demasiado e as sucessivas greves dos últimos anos devido à reposição de rendimentos dos professores criou lacunas nos alunos pelas faltas de horas de aulas bem como a banalização deste tipo de protesto.
Os sindicatos dos professores não estão a lutar a favor de nada, mas sim contra os diferentes poderes e são meros peões dos partidos que cada vez têm menos representação parlamentar e usam os sindicatos da função publica como braços armados para se manterem à tona da política.
Há dias o jornalista João Miguel Tavares escreveu um artigo no jornal Publico onde relata o que tem vivido na escola dos filhos, com greves cirúrgicas à sexta-feira e vésperas de feriados, professores com baixas médicas estendidas até ao limite legal para serem substituídos, regressam um dia e voltam de baixa no dia seguinte.
Satisfeitas as reivindicações sobre as promoções retroactivas, pensaríamos que haveria paz nas escolas e os alunos poderiam começar a recuperar o tempo perdido, espelhados nos maus resultados apurados nos exames. Mas eis que aos professores se substituíram os assistentes operacionais nas greves, que lhes dão a semana de 4 dias. No caderno de reivindicações, além de aumentos salariais de 100 euros para todos e da habitual “dignificação das condições de trabalho”, há uma outra reivindicação: querem receber formação profissional gratuita no local de trabalho e durante o horário laboral, ora será que assim vão ter de suspender as aulas dos alunos para se formarem os auxiliares que tem tantos anos de experiência e que por isso devem ser aumentados em mais de 10% os seus salários?
Assim vai a escola publica: divide uma sociedade entre as crianças que têm pais que podem pagar o ensino privado, onde a escola está ao serviço dos alunos, como deve ser e, os que têm de se conformar com a escola pública com aulas de segunda a quinta e com professores que “ensinam a lutar” ou lá o que isso quer dizer. O elevador social que e escola publica devia promover está “fora de serviço”.
Neste momento não há maior inimigo da escola publica que estes sindicatos e estas greves.
Para os pais, restam lutar para seja implementada a semana de 4 dias para todos, assim não precisam de perder um dia de trabalho ou pagarem ATL´s todas as sextas-feiras.