Depois de vários meses de atraso relacionados com o empreiteiro, trabalhos no Infantário de Vila das Aves entram agora numa fase decisiva, tendo o primeiro trimestre de 2025 como horizonte para abrir as portas. Investimento total final rondará os 500 mil euros.
O processo do Infantário vai longo e com demasiados episódios, mas parece agora encaminhado para um final feliz a curto trecho. De visita ao local a convite do Entre Margens para fazer o ponto de situação do processo, Sara Faria, presidente da Associação de Moradores do Complexo Habitacional de Ringe (AMCHR) admite que após vários atrasos, a obra que vai requalificar o antigo edifício do AIVA para albergar as novas valências para creche e berçário está “finalmente” a andar em velocidade cruzeiro e a caminho da sua conclusão.
“A obra já deveria estar concluída, mas com os atrasos do empreiteiro devido à falta de mão de obra, atrasou mais do que era desejável”, sublinha a dirigente associativa. Por esta altura, com o telhado totalmente substituído, as instalações elétricas praticamente concluídas e acabamentos das salas já em andamento, só o piso inferior está um pouco mais para trás. Depois, adianta, entra-se numa nova fase, ligada ao recheio e criação de todas as condições materiais para os futuros utentes, cumprindo todas as regras impostas pela Segurança Social.
O protocolo assinado no verão de 2021 entre a Associação de Ringe e a Segurança Social, através do programa PARES, previa um investimento de 267 mil euros em toda a empreitada. Ora, os atrasos, burocráticos e práticos na execução da obra, fizeram com que o valor do projeto esteja avaliado em cerca de 500 mil euros, praticamente o dobro. Algo comum aos vários projetos financiados pelo instituto público afetados pela crise inflacionária dos últimos anos, como são exemplo a ampliação do Lar de Vilarinho ou da Associação Humanitária de Monte Córdova.
Mesmo perante este cenário, Joaquim Faria, presidente da junta de freguesia de Vila das Aves, tem a certeza que o financiamento da obra está garantido. É que para além do financiamento da Segurança Social, foram realizadas várias reuniões com empresários avenses para garantir as ajudas necessárias para a conclusão da obra, seja material ou financeira. A isto juntar-se-á o subsídio da Câmara Municipal que ainda não está quantificado, mas que a julgar pelos exemplos supracitados, representará uma parte importante do bolo.
“A Segurança Social está totalmente a par de tudo isto e sempre deu o incentivo para continuar com a obra”, asseverou. “Contando com todos esses apoios que conseguimos angariar, será suficiente para ter a obra paga.”
Com a fase da empreitada a entrar numa fase decisiva, abrir-se-á num futuro próximo na fase de recrutamento de recursos humanos e inscrições de crianças, num processo que Joaquim Faria adianta será gerido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional através do gabinete sediado na junta de Vila das Aves e da técnica responsável.
Mas para já esse ainda é um futuro a médio prazo. Por enquanto o autarca avense, prevê que “se tudo correr pelo melhor, fica concluído em dois ou três meses”. Isto significa que um cenário realista é que o novo infantário de Vila das Aves possa abrir as portas durante o primeiro trimestre de 2025.
Sara Faria não tem dúvidas do impacto que esta valência de creche e berçário protocolada para 46 crianças terá na comunidade de Vila das Aves que desde 2016 se vê órfã neste serviço.
“É uma valência que vem responder a uma necessidade urgente”, argumenta. “Temos várias valências na AMCH Ringe. É muito importante termos cá este infantário e que funcione, tal como todos os projetos que fizemos até agora e funcionaram”.