[Opinião] Pela participação nas autárquicas

Castro Fernandes CRÓNICAS/OPINIÃO

Em 2012, na apresentação do livro “Génese e evolução do concelho de Santo Tirso 1834 – 2012: Estrutura Administrativa e Órgãos Autárquicos”, com a coordenação do Dr. Álvaro Moreira, responsável do Museu Municipal Abade Pedrosa, escrevi o seguinte: “A história de uma autarquia local é indissociável das figuras dos presidentes independentemente do regime e poderes que o suportavam. O presidente da Câmara Municipal, nomeado ou eleito, foi sempre a primeira figura na representação do município e consequentemente do poder local”.

Com esta introdução podemos lembrar que estamos na rentrée do último ano deste mandato autárquico e por isso mesmo todas as máquinas partidárias e independentes já se preparam para as autárquicas de 2025. Realizaram-se por isso mesmo no passado fim de semana as academias dos vários partidos com os respetivos “reitores” e com objetivos políticos claros quanto ao futuro.

Neste enquadramento sabe-se que o recandidato natural do PSD à Câmara Municipal de Lisboa será Carlos Moedas. Quanto ao candidato do PS penso que o “reitor “da academia socialista, o ex-ministro Duarte Cordeiro, reúne as condições para ser o candidato, embora nada esteja decidido. Dos outros partidos pouco se sabe.

No Porto, Rui Moreira não poderá ser recandidato por ter atingido o limite de mandatos, ignorando-se se o Movimento Independente apresentará alguma alternativa. Pelo PSD Pedro Duarte, Ministro dos Assuntos Parlamentares, deverá ser o candidato até porque vai assumir o lugar de presidente da distrital do PSD. O PS ainda não definiu o seu candidato ao Porto, mas vai ter que apostar numa figura portuense, de reconhecido valor político, com experiência autárquica e governamental, com acrescido mérito profissional e com uma grande ligação à cidade e às suas instituições.

Os restantes partidos e independentes devem apresentar as suas propostas em breve.
Quanto ao concelho de Santo Tirso sabe-se que Ricardo Pereira foi reeleito em Dezembro passado presidente da concelhia do PSD pelo que será o natural candidato a presidente, até pela campanha duradoura de out-doors já colocados no concelho.

Alberto Costa, atual presidente da Câmara Municipal, também reeleito recentemente presidente da concelhia do PS, será certamente recandidato, até pelo resultado alcançado nas autárquicas de 2021.

Ana Isabel Silva, agora doutorada, também não deixará de ser recandidata pelo Bloco de Esquerda, a não ser que a esperem outros voos. Admite-se a hipótese de João Ferreira, representante da CDU na Assembleia Municipal, ser o novo candidato à Câmara Municipal. Do Chega, bem como de outros partidos desconhecem-se ainda as candidaturas. Dos independentes, de que se chegou a ouvir falar, não há fumo branco…

As eleições autárquicas de 2025 em Santo Tirso realizar-se-ão certamente em circunstâncias diferentes das ocorridas em 2021. A abstenção nas autárquicas de 2021 foi a maior de sempre, nomeadamente na cidade onde quase atingiu os 50%, devido a problemas vários. Analisar as causas da muito baixa participação e assumir os erros cometidos é a função de todos, eleitos, candidatos e eleitores. Numa democracia representativa a cultura de exigência para com os eleitos é tanto maior quanto maior for a participação cívica. Aos eleitos e candidatos compete esclarecer nomeadamente na avaliação do grau de execução dos programas e na apresentação de novos objetivos bem definidos.

Preparemo-nos todos para uma maior mobilização.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

seventeen − 16 =