Jardim da Dona Eva renovado com olho para a atividade desportiva

ATUALIDADE

Projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem de 2019 vai atribuir ao espaço uma nova vocação desportiva com um parque de street workout. Investimento da câmara ronda os 40 mil euros.

A vida de um jardim dá muitas voltas. Neste caso, o Jardim da Dona Eva, como é mais conhecido está a ser transformado para receber um parque de street workout. Será que é por causa do que se perde na tradução que, em muitos casos, se mantêm as designações originais das novidades e ideias que nos chegam de fora? Importa então, e antes de mais, traduzir: treino de rua deve ser adequado.

Trata-se de um projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem (OPJ) de 2019, cujos proponentes, os jovens avenses Pedro Paraty e Rui Carvalho, avaliaram custar cerca de 12 mil euros e a câmara municipal acabou por adjudicar, na sua versão final, por um pouco mais de 40 mil.

Na proposta apresentada, os jovens caracterizam o “Street Workout” como “uma modalidade desportiva composta de exercícios calisténicos, que visam o domínio do corpo no espaço, através de movimentos de força, coordenação, explosão e equilíbrio, característicos de modalidades como a ginástica artística ou o parkour” com uma “componente lúdica e de exibição” que “torna esta modalidade num verdadeiro espetáculo do movimento e controlo do corpo humano”.

Vamos ter, então na Tojela, as bases para o desenvolvimento de uma nova atividade desportiva, num local onde com esta historicamente sempre houve uma relação próxima.

Aqui, o desporto de rua sempre teve lugar, especialmente no fim das aulas, quando a rapaziada da escola da Tojela invadia o largo.

Foi junto deste largo, aliás, que se iniciou o desporto em S. Miguel das Aves, como relata o Padre Joaquim da Barca em crónica de junho de 1931, a propósito da inauguração do Campo de Jogos da Tojela, dos “Onze Vermelhos das Aves”.

Conta ele que “o largo da Tojela, desde que existe, nunca se viu visitado por tanta gente” e “os seus carvalhos, cujas sombras têm protegido muitas gerações, nunca viram sobre as suas copas frescas tamanho número de veículos nem nunca assistiram a espetáculo comparável”.

Não se sabe em que data o largo deixou de ter carvalhos mas nos anos sessenta do século vinte passou a haver um jardim com um desenho de modelo clássico, tílias e canteiros rodeados de murta e sebes a disfarçar o depósito de água da primitiva rede que abastecia os fontanários e algumas moradias.

Esse desenho foi modificado já no século XXI, aquando das obras de reabilitação realizadas em toda a extensão da rua 25 de Abril, passando a ser caracterizado por um estilo moderno de relvado contínuo, limitado do lado da rua 25 de Abril por um murete com duas pequenas mesas metálicas, como que a convidar à leitura.

Agora, a estrutura será mais complexa, menos verde e natural, mais cinzenta e funcional, onde pontificaram instrumentos para a prática desportiva ao ar livre, acessível à transversalidade da população avense durante as próximas semanas.

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