[Editorial] Os cuidados de verão e a estação adiada

CRÓNICAS/OPINIÃO Diretor

1 Primeiro foi a seca severa em grande parte do território nacional. A seguir veio o calor extremo e as condições de vento e de humidade do ar propícias à propagação do fogo e logo surgiu o drama dos grandes incêndios. Desta vez aproximando-se perigosamente de zonas urbanas e ocorrendo em simultâneo em várias regiões de vários países do sul da Europa.
Parece ser facto comprovado que uma larga percentagem dos incêndios florestais começa com mão humana, deliberadamente ou por descuido. Por isso se exige, de todos e de cada um de nós, cuidados redobrados, sobretudo quando as condições de temperatura, humidade e vento são propícias ao desastre. Uma “beata” acesa, uma queimada ou uma fogueira mal apagada podem resultar em tragédia. Evitar atos deliberados praticados por doentes mentais tem passar por vigilância apertada nos casos conhecidos.
Mas não pode ser descartada a possibilidade de ocorrerem incêndios por causas naturais (raios) ou acidentais, em postes e redes elétricas, como terá acontecido em Pedrógão. E se esperamos da proteção civil e dos corpos de bombeiros elevada eficiência no combate ao fogo, aos cidadãos compete-nos apoiá-los, zelar pela prevenção e evitar a exposição aos riscos. Temos que confiar nas estruturas da proteção civil municipal, na disponibilidade de meios e de planos de prevenção e de defesa da floresta atualizados, em permanente execução e bem coordenados com as estruturas supra municipais.
O que está a acontecer agora significa que as alterações climáticas deixaram de ser apenas ameaça e passaram a irrefutável realidade. E por isso é urgente que o clima se torne prioridade política da humanidade.

“O que está a acontecer agora significa que as alterações climáticas deixaram de ser apenas ameaça e passaram a ser irrefutável realidade. E por isso é urgente que o clima se torne prioridade política da humanidade.”

2 As expectativas de Vila das Aves sobre o Parque do Verdeal vão sendo retardadas com o prolongamento das obras muito para além dos prazos contratados. Haverá, certamente, razões fundadas para isso.
Mas não será caso que impeça que se concretize outra iniciativa que, de algum modo, a Câmara Municipal ligou ao projeto do parque: a requalificação da Estação. Na primeira edição de janeiro de 2018 noticiava o Entre Margens ter o executivo municipal aprovado um protocolo com a IP (Infraestruturas de Portugal) em que assumia a gestão das estações de caminho-de-ferro de Santo Tirso e de Vila das Aves. Por esse contrato, o município paga o direito de utilizar parte do edifício de passageiros da Estação de Vila das Aves, bem como a área de uso partilhado e terrenos envolventes, onde se inclui o parque de estacionamento. Desse texto citamos: “O objeto do presente contrato destina-se exclusivamente à instalação de serviços municipais, associações locais, culturais e recreativas sem caráter comercial (…)” e “o Município obriga-se ainda a preservar e manter disponível aos utentes do serviço ferroviário todos os bens identificados como “área de uso partilhado” da Estação de Vila das Aves, designadamente a sala de espera e as instalações sanitárias (…) bem como ainda as plataformas, passagem superior (!) e respetivos acessos, devendo ainda para o efeito, proceder à sua manutenção e conservação, suportando todos os custos que lhe são inerentes”.
Na reunião camarária que aprovou o protocolo, o presidente da Câmara afirmou que a estação poderia servir de apoio ao Parque do Verdeal. Poderá? Qual é hoje o ponto da situação da execução deste protocolo?

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