[Opinião] Que não falte tração para tantos eixos

CRÓNICAS/OPINIÃO José Manuel Machado

Na passada sexta-feira ocorreu a apresentação pública da candidatura de Alberto Costa à presidência da Câmara Municipal de Santo Tirso. Era algo esperado e que nesta edição do jornal Entre Margens é objeto de tratamento jornalístico adequado. Como facto político incontornável da semana finda no nosso concelho, naturalmente não posso ficar indiferente a essa circunstância e também eu lhe dedicar a minha apreciação e comentário político.

E começo fazendo uma declaração de interesses. Como é do domínio público eu integrei o executivo municipal, na condição de vereador do PSD, sem pelouro, entre 2013 e 2017. Convivi e partilhei trabalho político com o então vereador Alberto Costa, atual candidato à presidência. Por ele e pelo seu trabalho tenho muita estima e consideração. Foi com afinco e competência que ascendeu a vice-presidente e posteriormente à liderança do executivo camarário por força da renúncia de Joaquim Couto. Naturalmente que agora está preparado para o desafio da ida a eleições para se legitimar nas urnas como presidente da Câmara e felicito-o por ter resistido à tentação de aproveitamento eleitoral da Covid mesmo estando o plano de vacinação a decorrer em Santo Tirso de forma tão exemplar.

Caso Alberto Costa seja eleito, os desígnios que se propõe alcançar para o município no próximo mandato, assentam em cinco “eixos estratégicos”, mas muito focado em dois principais, a transição climática e a transição digital.

Relativamente a projetos com prioridade anunciou, a requalificação do espaço da feira de Santo Tirso, a construção de um pavilhão desportivo no Vale do Leça e um plano de reabilitação urbana para Vila das Aves.

“Os avenses querem lá saber da anunciada vinda das bicicletas do ‘Programa Pedala’ para Vila das Aves se tão pouco a pé podem circular com tranquilidade”

José Manuel Machado

Não me passou despercebida alguma preocupação no conteúdo e na forma como “piscou o olho” aos eleitores das Aves, usando palavras como regeneração e reabilitação urbana. Porventura revelador da consciência que tem do estado em que se encontra o pavimento da generalidade das ruas e passeios da nossa terra, agora também com ruas e travessas com buracos a céu aberto, baías de estacionamento e passeios interditos por todo o lado.

É que os avenses querem lá saber da anunciada vinda das bicicletas do “Programa Pedala” para Vila das Aves se tão pouco a pé podem circular com tranquilidade!

O caos da circulação rodoviária e pedonal está instalado, seja no largo da Tojela ou no entroncamento da Avenida Silva Araújo com a EN105. É preciso assumir o compromisso de resolver, nomeadamente, os problemas mais comuns que nos apoquentam. Soluções realistas e viáveis para os problemas prementes, sejam eles no cemitério ou ao pé da porta de cada um. Seja porque faltam postes de iluminação pública desaparecidos há anos a fio, seja porque não existem papeleiras exteriores urbanas para recolha de resíduos, ou ainda porque não são notificados os proprietários dos prédios urbanos, cujas ruínas, sebes, árvores e arbustos, colocam em risco a circulação das pessoas.

É também para isso que servem os eleitos e são muitas dessas pequenas coisas que podem motivar as pessoas a saírem de casa para ir votar. Quanto aos cinco “eixos estratégicos” que foram detalhados, num discurso de apresentação com cerca de quarenta minutos a que porventura este e outros periódicos darão merecido destaque, só espero que, caso Alberto Costa seja eleito, não lhe falte tração para os mover…

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