[Editorial] 95 anos: Viva o Desportivo das Aves

CRÓNICAS/OPINIÃO Diretor

O Desportivo das Aves celebrou o seu nonagésimo quinto aniversário. A um lustro do centenário, o clube demonstra enorme vitalidade, que se sente através do conjunto de equipas e modalidades em competição e pelo ambicioso projeto para os desportos na areia.

É certo que o fulcro de toda a atividade do clube era, até há pouco tempo, o futebol, na variante mais divulgada e mais tradicional, o futebol de onze. A crise resultante da falência da sociedade anónima desportiva inviabilizou a existência, no clube, de atividade nessa modalidade, por impedimento decretado pela Uefa através da Federação Portuguesa, de inscrição de jogadores.

O contrato de arrendamento do Estádio à SAD vinda de Vila Franca de Xira, que adotou a designação de AFS (Avs Futebol Sad) permitiu a manutenção do património construído em condições de utilização ao mais alto nível nacional, evitando a degradação acelerada que já se sentia. A contrapartida, estabelecida em contrato, de impedir o Clube Desportivo das Aves de participar em competições de futebol de onze durante dez anos foi um mal menor e a facilidade com que os jornalistas passaram a designar por Aves o AVS não deixa dúvidas de que a ligação entre as duas entidade é frutuosa para ambas. Chega até a parecer que há quem entenda apropriada alguma forma de fusão, assunto que terá de merecer profunda reflexão. Entretanto, espera-se que os compromissos de facilitação do acesso dos sócios do clube aos jogos da Liga estejam a ser devidamente cumpridos.

Em agosto de 1940, o correspondente local do Jornal de Santo Thyrso, o Padre Joaquim da Barca, escrevia sobre o sócio número um do Clube: “O Pedras não é um verbo de encher no Desportivo. É um autêntico valor. É um sapateiro que sabe e ama o seu ofício, é um desportista que ama e prestigia o seu clube e é um avense apaixonadíssimo pelos progressos da sua terra”. “Foi por sua mão que o Clube Desportivo das Aves deu os primeiros passos na vida”, refere o cronista.

Repesco esta crónica antiga para exaltar todos quantos, ao longo dos últimos noventa e cinco anos se dedicaram, como o José de Castro Pedras, a prestigiar o seu clube e através dele a terra.

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