Nesta edição do Entre Margens damos destaque ao acolhimento feito por jovens da paróquia de Vila das Aves (arciprestado de Famalicão) a mais de três dezenas de norte americanos no âmbito das Jornadas Mundiais da Juventude que decorrem durante esta semana em Lisboa. São também referidas várias outras iniciativas que tiveram lugar em paróquias da vigararia de Santo Tirso, que contaram com a presença explícita da autarquia municipal na organização, desenvolvimento e enquadramento nestas ações de preparação para o encontro com o Papa Francisco, em Lisboa.
Muito se tem falado dos custos assumidos pelo estado e, nomeadamente, pela autarquia de Lisboa para a realização do evento e do possível retorno económico do investimento feito. Também pode equacionar-se algum retorno político nalgumas instâncias. Os balanços serão feitos e tiradas as devidas ilações. Mas é essencial referir que, do ponto de vista dos participantes, as experiências de intercâmbio e de desenvolvimento pessoal são sempre muito valiosas e significativas, impulsionando a fé e a esperança num mundo melhor.
Porém, a guerra que persiste na Ucrânia (e não só), as dificuldades que a guerra cria de abastecimento de cereais aos países mais pobres, a corrida aos armamentos e a escalada na utilização de arsenais bélicos cada vez mais sofisticados é o que nos apresentam as notícias de todos os dias.
A par da esperança em tempos melhores cresce a cíclica tendência da humanidade para percorrer o caminho da sua auto destruição. Ouvir o Papa Francisco defender que a crise ambiental e a crise social são uma única crise obriga-nos a reconhecer a pertinência do seu ensinamento: “o compromisso atual com a salvaguarda da criação, dom de Deus, deve ser parte de um esforço mais amplo para promover a ecologia integral, que respeita a dignidade e o valor de cada pessoa humana e reconhece os efeitos trágicos da degradação ambiental sobre a vida dos pobres”.
