[Entrevista] Carlos Valente (PSD): “O desleixo do presidente da junta nota-se em qualquer rua”

ATUALIDADE

Carlos Valente, candidato do PSD, acusa executivo de passar “imagem de desleixo”. Quer uma junta “mais interventiva” para garantir uma freguesia onde mais gente possa viver com qualidade.

Deixou a junta em 2013. Como é que avalia a evolução da vila?
Obviamente que há situações positivas, mas há um aspeto que, ao longo destes anos me marcou: imagem de desleixo. Esta é a marca do atual presidente, independentemente de, neste último ano, a partir do momento em que eu anunciei a candidatura, ter começado a haver um bocadinho mais de interesse. O desleixo do presidente da junta nota-se em qualquer rua, na limpeza e manutenção, mas também no acompanhamento das obras. O presidente da junta tem que ter uma atuação mais firme, junto das entidades próprias, no sentido de resolver os problemas.

Na apresentação de candidatura, disse que sentiu o apelo das pessoas para voltar. Este seu regresso é justificado por esse apelo ou da sua perceção pelo estado da vila?
Se me dissesse há um ano e tal, não pensaria em recandidatar-me doze anos depois de deixar a junta. É um facto que tive muita gente a apelar-me para voltar. Gente comum. Gente com quem me cruzava nas ruas e quando ia a qualquer iniciativa. Despois veio a questão da retirada do brasão. Essa situação fez-me dar o passo para dizer que isto assim não pode continuar.

O que tem ouvido na rua por parte das pessoas?
Muita gente conta comigo. Fico satisfeito por sentir esse carinho e essa vontade de mudança que é necessária neste momento na junta. Vamos continuar a trabalhar no programa que estabelecemos e a ter os pés na terra até ao dia 10, para no dia 12 termos a resposta se realmente se cumprir essa vontade de mudança.

O facto de ter admitido publicamente que ia manter a posição nos bombeiros é um trunfo ou pode ser prejudicial de alguma forma?
Não vejo porque seria prejudicial. Pelo contrário. As pessoas sabem no estado em que peguei nos bombeiros e a minha experiência ao fim de onze anos permite-me dizer que tenho as coisas organizadas para dar o meu contributo à freguesia.
As pessoas já não se lembram que enquanto fui presidente da junta, acumulava com o horário na Caixa Geral de Depósitos. Tinha um horário fixo a cumprir, muito mais rígido do que tenho nos bombeiros. Agora, tenho a oportunidade de gerir o meu tempo. Não tenho impedimentos. Asseguro aos sócios dos bombeiros e a toda a população, que a gestão continuará da forma que tem estado ao longo desta década que passou. Esse é o meu compromisso: manter o rigor da gestão e estar disponível para a freguesia de forma próxima, na rua, como as pessoas já conhecem de outros tempos.

A relação entre a junta e a câmara nem sempre foi fácil. Hoje em dia parece haver outro alinhamento. Se for eleito, como é que pretende conduzir este relacionamento?
Neste momento tenho uma excelente relação com Alberto Costa, atual presidente e candidato. As pessoas não se podem esquecer que o presidente da Câmara tem um papel ativo enquanto responsável máximo da proteção civil no concelho. Ninguém conhece absolutamente nenhuma quezília que possa ter havido entre o Presidente da Associação Humanitária e o Presidente da Câmara.
Se ganhar as eleições irei pedir uma reunião ao vencedor das eleições, seja ele o atual ou outro, independentemente dos partidos. Temos de pôr o interesse da vila acima de tudo. Aliás, foi o que sempre fiz. Naquele tempo, as conquistas às vezes eram tiradas a saca-rolhas. Creio que agora, seja o Alberto, seja o Ricardo, não será necessário um saca-rolhas para reivindicar.

Numa altura em que a vila tem a possibilidade de crescer urbanisticamente de forma estruturada, como é que a junta se deve posicionar para que este crescimento seja sustentado?
Acima de tudo, é preciso manter o equilíbrio entre a mancha urbana Tojela, Bom Nome, Fontainhas entre a construção que já existe e aqueles que estão para nascer. É preciso, para além, disso dar uma via verde para construções individuais, por exemplo. Vemos que quem mete o pedido de licenciamento para fazer construção, desespera um bocadinho para que saia a aprovação pela Câmara. Precisamos de criar um centro da vila mais digno que possa dar uma nova imagem às casas ali abandonadas.

Em termos de rede viária, quais são as suas prioridades?
Há duas coisas urgentes. Resolver de uma vez por todas o entroncamento em Poldrães da EN-105 com a Av. Comendador Silva Araújo. Depois, temos também a reformulação da Tojela, que se trata de uma aspiração antiga, abrindo a ligação ao Bom Nome. Será um passo de gigante em termos de imagem da vila.
Em relação a outras obras, fala-se de um projeto para o mercado que eu desconheço, mas aguardo para ver. Pode ser uma situação interessante de se pegar e dar continuidade. Não tenho problemas nenhuns com isso.
Obviamente, há ruas onde é necessário intervir. A situação da rua António Abreu Machado é inadmissível. Temos andado em Cense também e há necessidade de criar ali um modelo de urbanização que dê gosto lá morar. Há uma forma de requalificar Cense de maneira a que as pessoas sintam que também moram em Vila das Aves, com toda a dignidade.

Como é que gostava de ver a Vila das Aves daqui a quatro anos?
Gostava de ver uma vila mais asseada, com mais gente a vir para cá viver, onde as pessoas possam ter o seu conforto seja em que zona de vila, no centro, em Cense, na Barca ou em Sobrado. Saber que tenho uma rua decente, um jardim para passear. Fez-se o Verdeal, e muito bem, mas o Amieiro Galego foi deixado ao desleixo. Aliás, este executivo já cometeu um erro ao deixar fugir a fábrica. Queremos criar condições para termos os jardins bem tratados e para que as pessoas não vejam tudo cheio de ervas secas. Temos de apostar nessa imagem que transmitimos a quem

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