[Entrevista] Belmiro Ferreira (CH): “Prometeram muitas coisas, mas fizeram muito pouco”

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Belmiro Ferreira estreia-se como cabeça de lista do Chega (CH) à junta de freguesia de Vila das Aves. Aponta projetos para o mercado, Amieiro Galego e rede de berçários como prioridade.

O CH apresenta-se às eleições de Vila das Aves, à junta de Vila das Aves, pela primeira vez. Que avaliação é faz do mandato que agora está a terminar?
Infelizmente vejo que Vila das Aves tem sido muito esquecida. Prometeram muitas coisas, fizeram muito pouco e basta de andar pelas ruas para perceber que há um abandono e falta de investimento. As obras que foram anunciadas não avançaram ou avançaram tarde. Muitos projetos ficaram no papel e o comércio local continua a definhar. A vila não cresce. Não fizeram praticamente nada e tentam agora fazer tudo a correr para fazer o aproveitamento para os votos.

Considera, então, que as obras são feitas à pressa para aproveitamento político.
Estão a fazer coisas à pressa, a pintar ruas, e se depois as coisas não ficarem bem feitas, vamos ter de gastar mais dinheiro a refazer. Quem ficar na junta terá de ponderar a situação e pode ter de fazer uma retificação porque quem cá esteve decidiu fazer isto para aproveitamento eleitoral. Tiveram oito anos, deviam ter feito as coisas com ponderação, um bocado de cada vez, mas não.
Se for para a junta, a primeira coisa que quero fazer é o mercado, porque está uma miséria. Quero fazer com que aquele espaço possa estar aberto de segunda a sexta, para aproveitar os produtos da terra, fazer um espaço de convívio para que as pessoas possam ir lá todos os dias e não seja só aos sábados. Quero fazer do mercado de Vila das Aves como fizeram em Famalicão, com um coberto para as pessoas porem as coisas expostas, bancos no mercado e fazer com que se possa ter um espaço para eventos.

Dizia-se que a Câmara não investia em Vila das Aves por ser de um partido diferente da Câmara. Há oito anos que não é assim. Pergunto-lhe porque é que as coisas, na sua opinião, continuam na mesma?
É o mesmo sistema. Há tantas ruas por concluir e saneamentos por fazer. Veja-se em Poldrães, na Av. Comendador Silva Araújo que dá acesso à Tojela e à escola secundária. Está uma desgraça. Disseram que iam fazer uma rotunda, mas até hoje, nada. Façam qualquer coisa. É preciso interromper a estrada durante três ou quatro meses e pôr aquilo tudo de raiz.
Fizeram-se ruas sem passeios que é preciso retificar, porque se chover é perigoso. Porquê não fizeram isto de uma vez só? Há muitas coisas aqui que têm que ser reivindicadas.

Há muita gente a apontar a limpeza das ruas como uma das principais queixas sobre a gestão da junta de freguesia. Concorda com essa ideia?
Concordo. Os jardins estão uma miséria por falta de manutenção, pelos dejetos dos animais nos passeios. Ninguém limpa. Quero colocar um recipiente em vários sítios para as pessoas poderem apanhar e deitar ao lixo. É falta de interesse. Nestas alturas, faz-se tudo para aproveitamento eleitoral. Vila das Aves merece mais porque temos muitos habitantes e quando vem gente de fora, olha para o estado das ruas e pergunta se vou concorrer a uma junta para isto.
É uma vila abandonada fora do centro, veja lá em cima no Alto da Bandeira, na Barca ou em Sobrado. Se for eleito, pelos menos uma ou duas vezes por semana, vou fazer visita às ruas. Não é só virar-me para assuntos da Câmara. Tenho de sair para o terreno. Estou reformado, tenho tempo. Vou-me empenhar. Os outros estão à procura do segundo e terceiro tacho, eu estou aqui para trabalhar. Os avenses podem contar comigo.

Anunciou ter um projeto para o Amieiro Galego. Que ideia é essa para o parque?
Tenho uma pessoa que quer investir num hotel no Amieiro Galego para aproveitar as águas sulfurosas. Temos ali um tesouro na Vila das Aves que quero aproveitar em termos de turismo. Um local onde as pessoas se possam cuidar e estar à vontade.
Um dia destes fui lá com o meu candidato à Câmara, Tiago Matos, e ele até tirou fotografias porque é uma vergonha. Está mesmo em decadência. Sem o hotel, o projeto para aproveitar as águas e o parque anda à volta dos 400 mil euros. Se o mercado é o meu primeiro projeto, o Amieiro Galego é o segundo. E os berçários, o terceiro.

O atual presidente da Junta, há oito anos quando ganha a primeira eleição aqui em Vila das Aves, usou Como grande Proposta de campanha o infantário de Vila das Aves. Como é que entende esta demora?
Pelo que ouvi dizer vai abrir agora em outubro, ao fim de tanto tempo. É preciso criar uma rede de berçários, aberta das sete da manhã às nove da noite para dar possibilidade aos pais de irem trabalhar e deixar os filhos seguros. Há tantos espaços em Vila das Aves para se fazer isso, em Sobrado ou em Cense. Não temos nada. Precisamos de enriquecer a vila. Não nos faltam ideias. Se as terras à nossa volta têm esses serviços, nós também temos que ter.

Como é que gostava de ver A Vila das Aves daqui a 4 anos?
Quero deixar Vila das Aves bem encaminhada. O que prometo são quatro pontos essenciais para que as pessoas percebam que aquilo que prometo é valioso e é para fazer. Quero ter espaço para poder fazer aquilo que prometi. Vou deixar à Câmara o que é da Câmara, mas não vou sair de lá enquanto não tiver como concretizar estes projetos. Sou uma pessoa que quer andar para a frente, não para trás. Se é para fazer, é para fazer.

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