[Editorial] Aves e AVS: um ano depois do arranque do jogo

CRÓNICAS/OPINIÃO Diretor

Há um ano apenas, dava-se início a um capítulo novo no que diz respeito à atividade desportiva na Vila das Aves: uma sociedade anónima desportiva, que se tinha desligado de um clube de Vila Franca de Xira, criou nova identidade e mudou-se, de armas e bagagens, para as instalações do Clube Desportivo das Aves.

Essa mudança, suportada num memorando de entendimento e num contrato de arrendamento, comprometeu o Aves a não participar em competições de futebol nos próximos 10 anos, excetuando, eventualmente, os escalões mais jovens de formação.

É sabido que, por decisões relacionadas com a insolvência do Clube Desportivo das Aves SAD, se tinha tornado impossível inscrever novos jogadores, mesmo pelo CD Aves 1930, apanhado nas malhas do mesmo problema.

O aluguer das instalações à AVS FUTEBOL SAD permitiu garantir a manutenção do património do Desportivo em boas condições de utilização e ainda obter algum rendimento, se bem que pouco mais do que simbólico, para acorrer a outras despesas.
O Desportivo das Aves não se desintegrou, como alguns jornalistas mal informados chegaram a afirmar. Tem pergaminhos e teve uma época de sucesso no Futsal masculino e feminino e deu início a uma nova modalidade, o basquetebol, que se espera venha a crescer e a fortalecer-se como desporto e como espetáculo.
A AVS, que teve o sucesso que se conhece, é uma sociedade anónima. São seus únicos sócios os donos do dinheiro investido, ninguém mais. A mudança de administradores e diretores, de que é dada notícia nesta edição, resulta da decisão individual do principal acionista e a única expetativa que podemos ter, em relação a isso, é que não desmereçam o bom relacionamento institucional havido até à data e garantam o cumprimento dos acordos estabelecidos.
Há algum tempo atrás, um jornal desportivo publicou uma entrevista com um dos responsáveis da AVS (que se mantém na nove administração), na qual era afirmado: ”acho que eles sentem o clube igual, como era o antigo clube que jogava e treinava aqui. Entendo que possa haver alguma resiliência, ainda fruto desta transformação e desta mudança, mas estamos cá nós para colocar o futebol – e quiçá outras modalidades – na Vila das Aves, além de um trabalho junto das escolas. Penso que, mais cedo ou mais tarde, vai dar frutos e vamos ser oficialmente o clube de Vila das Aves».
Esta visão merece reparos, visto que uma sociedade desportiva não é um clube e esta SAD não tem qualquer ligação a um clube. Mas é o Aves, clube, que apoia o futebol. Até o memorando o reconhece, ao estabelecer que os sócios do Aves têm direito a condições especiais para acesso aos jogos, ponto que importa cumprir de forma exigente.  Os adeptos do futebol na Vila das Aves são os do Aves, que nunca esquecem o seu clube e sorriem quando os relatadores se equivocam no nome da equipa que sobe ao relvado.

Além disso, o memorando também estabelece que a SAD não promoverá outras modalidades sem autorização expressa do CD Aves, o que é, aliás, impertinente, porque a SAD é especificamente para o futebol.

E há um outro ponto fulcral do entendimento: tem definido um prazo.

E será no fim desse prazo que, tendo em conta as circunstâncias, se verá que futuro poderá ter esta associação de interesses.

Aproveitemos o tempo que falta para criar condições para que o Clube Desportivo das Aves possa ressurgir em plenitude e impor o seu nome e a sua história.

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