O ano de 2023 termina em ambiente de crise generalizada, a nível nacional e internacional. A queda do governo e a dissolução (ainda em suspenso!) da Assembleia da República obrigaram à recomposição do partido que tinha até agora maioria absoluta e acaba de eleger novo líder. Preparam-se agora as táticas e os argumentos para os debates e para as eleições de março. A estabilidade, que a recente maioria absoluta prometia, esfumou-se. O que virá a seguir, não o sabemos.
Internacionalmente surgem novas guerras sem que cessem as anteriores e, com a democracia em risco em vários quadrantes, não é radiosa a perspetiva do futuro.
A comunicação social nacional atravessa uma enorme crise, nomeadamente na imprensa escrita, afetando o histórico Jornal de Notícias, que corre o risco de perder a identidade e o capital humano que fazem dele uma instituição ao serviço da liberdade. No dizer do presidente da Câmara do Porto “o JN é o último grande jornal do Porto e um jornal não é apenas uma coisa em papel, que a gente compra, é a liberdade de escrutínio, de informação”.
O que os jornais representam para a sociedade tem vindo a ser desvalorizado pela facilidade de acesso aos conteúdos noticiosos proporcionados pelas redes sociais. Mas estas são também meio de difusão de todo o tipo de falsas notícias e de propaganda antidemocrática e extremista. A garantia de tratamento rigoroso e equilibrado da informação exige meios de comunicação de qualidade com profissionais bem formados e bem informados. Apoiar a imprensa é apoiar a democracia.
Congratularmo-nos por ter completado o ano com a publicação das 23 edições previstas do Entre Margens, com boa aceitação pelos nossos assinantes e leitores. Agradecemos todo o seu apoio bem como o dos anunciantes, dos mecenas empresariais e institucionais e de todos os colaboradores. A todos o nosso agradecimento. Fazemos votos de muito feliz Natal e de um novo ano de prosperidade individual e coletiva. E que a paz e a democracia enriqueçam o ano de 2024.