Com o primeiro trimestre do ano prestes a findar, todas as expectativas de melhoramentos em Vila das Aves continuam por concretizar. Não se vislumbra o começo das obras de requalificação da rua Luís Gonzaga Mendes de Carvalho, da Av. 4 de Abril de 1955, nem tão pouco da rua João Bento Padilha. Isto só para citar algumas das obras que têm verba consignada para ser aplicada no ano corrente. Para este ano, transitaram ainda as obras no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves, cuja conclusão mais parece um desafio interrompido.
Com o Parque do Verdeal ocorre exatamente o mesmo. Não se alcança a sua abertura ao público e só agora teve início o procedimento para a elaboração do Regulamento de utilização. Entretanto, aos fins de semana, já muitas pessoas veem conhecer o Parque, deixando por lá algum lixo e outros sinais da sua presença, tais como, grafites. A travessia da ponte constitui um desafio às vertigens que já é praticado por muito boa gente que nela se aventura. Relativamente a este assunto, a última informação tornada pública pelo Presidente da Junta, na Assembleia de Freguesia de dezembro, apontava para a abertura do Parque do Verdeal no “final do mês de janeiro ou início de fevereiro”. A data não foi desmentida pelo Município, mas o decurso do tempo encarregou-se disso!
Quando aceitará o Presidente da Junta o desafio de não falar do que não sabe? A informação falsa adensa a curiosidade alheia e as pessoas vão inaugurando o Parque!…
A reabertura do Infantário é outro processo que, desde 2017, anda sucessivamente a transitar de ano. As obras de reabilitação do edifício foram finalmente adjudicadas à empresa Brujorca Construções, Lda. É a mesma que recentemente construiu a “Estação de Atividade Física” no Largo Francisco Machado Guimarães, pelo que agora o desafio é concluir a empreitada no prazo estabelecido de 180 dias, sem admissão de renovações, nos termos do concurso público.
Neste momento, a Junta de Freguesia de Vila das Aves está focada na poda das árvores. Depois de uma espécie inarrável de reabilitação em alguns passeios, um remedeio muito triste nunca visto em parte alguma,
avançou com afinco para as podas, sem critério. De motosserra em punho, sem supervisão de pessoal habilitado e com conhecimento da matéria, é um espantoso ver se te avias!…
Talvez que alguém, inspirado na crença popular acerca do burro ter descoberto a poda das videiras, tenha resolvido meter mãos à poda das árvores e não optado por confiar o serviço a gente competente.
No meio urbano, as árvores podem satisfazer diversos tipos de objetivos além dos estéticos – amenização do microclima, mitigação da poluição atmosférica, sumidouro de carbono, refúgio da vida silvestre, entre muitos outros.
Por definição, uma poda de manutenção consiste no corte seletivo de ramos, raízes ou rebentos, necessários ao desenvolvimento pretendido de cada árvore. Por outro lado, estes cortes resultam sempre numa agressão, mais ou menos intensa, que imporá a necessidade de um bom critério na sua aplicação, de forma a assegurar a sanidade e a segurança da cada árvore em concreto. A supressão de raízes superficiais que ocasionam problemas em pavimentos ou dificultam a circulação de pessoas e viaturas, também deveria merecer muita atenção. Dessa forma podem evitar-se muitos abates indiscriminados, tais como, na envolvente da Igreja Matriz e do Cemitério, ou na rua D. Afonso Henriques. A tudo isto deveria juntar-se a preocupação de repor todas as árvores, que ao longo de anos a fio estão em falta, nos lugares reservados para esse fim e onde só cresce erva daninha. É um desafio que já deveria ter sido superado. Só na Praceta das Fontaínhas, mesmo nas barbas da junta, faltam 5 árvores nas caldeiras disponíveis para o efeito, entre muitas outras pela Vila fora. Também são inúmeros os arruamentos com caldeiras a reclamar uma intervenção urgente para corrigir a degradação geral do pavimento, preservar a mobilidade pedonal e evitar a proliferação superficial das raízes das árvores.
Como se observa este é um ano repleto de desafios…