[Crónica] Pode alguém ser quem não é?

CRÓNICAS/OPINIÃO Fátima Pacheco

Quando li o lembrete para escrever o meu artigo de opinião encontrava-me a caminho da Aparecida do Norte. Recebi um convite para participar num Fórum de Escolas Católicas naquela cidade o que fez apurar a minha curiosidade sobre o Santuário de Nossa Senhora da Aparecida, seu entorno, a história da imagem da Senhora e a religiosidade que a cerca. Já havia passado na estrada, mas nunca tinha adentrado na localidade.

O que inicialmente passou pela minha cabeça foi observar o espaço e compará-lo com o Santuário de Fátima, a cidade, o comércio, a história das aparições e a fé que transborda em todos que permanecem ou passam. Fui presenteada com dois guias: um diretor e uma das irmãs de uma escola de São Paulo. Foi uma visita muito rápida com sabor a um querer voltar.

O lugar é grande, harmonioso, com muitas infraestruturas para receber os romeiros e os peregrinos que se locomovem de automóvel ou autocarro.  No espaço do Santuário há museus, mirantes, bondinho (teleférico), seminário, museu de cera, cinema, presépio permanente, a primeira Matriz Basílica, o comércio que alimenta a cidade e que tão bem recebe os visitantes.

“Presenciar um pouco da homilia de uma celebração pelo bispo D. Orlando foi algo significativo. Ele falava com os presentes, com ternura mas firmeza, da importância do exemplo dos adultos na criação dos seus filhos”

Fátima Pacheco

Majestosa é a Basílica idealizada pelo arquiteto Benedito Calixto, um edifício em forma de cruz grega, com 173m de comprimento e 168m de largura e as naves com 40m e a cúpula 70m de altura. A cor exterior em tijolo permite-lhe a descrição entre o verde dos montes e campos e contrastam com as maravilhosas passagens retiradas do Livro do Êxodo, desenhadas com pequenas, médias e grandes pedras coloridas que permeiam as fachadas exteriores do edifício.

Já o interior, para mim, tem muito maior simbolismo pois faz chegar até nós a fauna e a flora brasileiros, aliás toda a simbologia que reflete os seus biomas, já que a Senhora foi encontrada por pescadores no rio Paraíba.

Presenciar um pouco da homilia de uma celebração pelo bisco D. Orlando foi algo significativo. Ele falava com os presentes, com ternura mas firmeza, da importância do exemplo dos adultos na criação de seus filhos, uma fala cheia de conselhos sobre como devemos tratar a nossa casa comum (o planeta), uma referência o Pacto Educativo Global escrito pelo Papa Francisco.

E como pode alguém ser quem não é… vejo-me a refletir de como é bom ter esses espaços que nos permitem abstrair das maldades que vagueiam os territórios em que geralmente circulamos.

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