Cada vez se torna mais difícil escolher temas que possam dar a conhecer uma terra com um povo tão sui generis quanto o brasileiro. Isto porque são tantas as questões que borbulham que custa definir qual será a mais interessante.
Na última falei um pouco da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) e das descobertas que vão sendo feitas à medida que ela vai investigando. O receio de muitas pessoas é que no final o resultado seja nenhum, ou seja como aqui se diz: “dê em pizza”, porque uma grande maioria das pessoas que são chamadas a depor sofrem de uma doença contemporanea gravissima: sofrem do “mal de alzheimer” pois esqueceram tudo o que fizeram, o que ganharam, com quem falaram, com quem conviveram, para quem trabalharam, com quem reuniram. Os que têm boa memória têm autorização pelo Tribunal Superior Federal de se recusar a falar se a resposta puder incriminar o depoente. As situações são tão ridiculas que chegam a fazer doer a alma. Enquanto isso a população vai adoecendo, outras morrendo… ajudando, talvez, a resolver a questão do déficit da previdência.
“As situações são tão ridículas que chegam a fazer doer a alma. Enquanto isso a população vai adoecendo.”
Fátima Pacheco
Mudando de “pato para ganso”, sem deixar de ter penas, a última e mais importante informação do presidente da união tem a ver com a fala de (mais ou menos esta ideia) um idiota que reclamou de não poder comprar feijão, segundo ele, quando deveria preocupar-se e comprar fuzis. Fiquei deveras perturbada, pois esta noite no interior do estado de São Paulo um grupo de indivíduos, fortemente armados, assaltaram várias agências bancárias com explosivos, incendiaram camiões nas entradas da cidade para que não entrassem reforços policiais, distribuiram vários apetrechos bélicos pelas ruas, roubaram carros, fizeram reféns que utilizaram como escudos humanos, colocando-os nos tejadilhos e capôs dos carros. Tudo bem filmado por camaras de segurança (?!?). Fiquei imaginando que se os assaltantes tivessem comprado feijão deveriam estar a comer…
E como pode alguém ser quem não é… fico com dúvida se o povo brasileiro deveria ser alegre tão com este tipo de cenário.