Evocação da primeira grande guerra mundial, na comemoração dos cem anos do seu final, apresenta, pela primeira vez, a lista dos combatentes do concelho de Santo Tirso
A guerra começou em 1914 e estavam envolvidos, inicialmente, o império alemão contra a França e a Inglaterra. Portugal manteve até 1916 uma atitude de neutralidade, mas teve necessidade, a partir de 1914, de enviar tropas para Angola e Moçambique para defender estes territórios das pretensões de ocupação pelo império alemão. Quando o governo português, pressionado pela Inglaterra, apresou 72 navios alemães estacionados em portos nacionais, teve como resposta alemã uma declaração de guerra, o que motivou a mobilização nacional para a participação efetiva na guerra.
Depois de um período recrutamento e de treino as tropas portuguesas foram enviadas para as trincheiras da Flandres, na zona de fronteira entre a França e a Bélgica, fazendo frente ao avanço dos alemães. No dia 9 de abril de 1918 ocorreu a batalha de La Lys, onde pereceram centenas de soldados portugueses e milhares foram feitos prisioneiros dos alemães.
Nunca tinha havido, até agora, nenhum trabalho de pesquisa e de evocação dos participantes do concelho de Santo Tirso na Grande Guerra, pelo que é altamente louvável o esforço feito agora no sentido de recuperar essa memória. A exposição, que vai estar patente no átrio da Câmara Municipal até ao dia onze de novembro (o dia em que se comemora o centenário do fim da guerra), tem dois núcleos distintos. Um, promovido pela Assembleia da República, documentando a participação portuguesa. O outro incide sobre os combatentes do concelho de Santo Tirso e apresenta alguns objetos e documentos com eles relacionados, bem como um painel com os nomes dos combatentes tirsenses, resultante de um trabalho de pesquisa coordenado por Nuno Olaio.
Na cerimónia de abertura da exposição, que ocorreu no passado dia 28, o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Couto, referiu ser este “o momento oportuno para render homenagem aos militares de Santo Tirso que participaram neste conflito e aos que deram a vida pela Pátria”. Entre as pessoas presentes na cerimónia contavam-se familiares de antigos combatentes da Grande Guerra para quem estas evocações são relevantes, até porque, em muitos casos e mercê das circunstâncias, nunca puderam saber o que realmente se passou com os seus avós nem onde e como a Grande Guerra os levou a sofrer ou a morrer.