Empresário e presidente no núcleo do PSD do Vale do Leça avança para a liderança da concelhia e quer dar outra dinâmica ao partido, colocando-o a falar a uma só voz.
Ricardo Pereira não esconde a desilusão pelos resultados obtidos pelo PSD nas últimas eleições autárquicas em Santo Tirso. A underperformance dos sociais-democratas despertou um imperativo de consciência de se apresentar ao partido como alternativa à atual direção da concelhia. O empresário analisou o panorama interno e externo, surgindo agora com quatro eixos prioritários para resolver os problemas. No fundo, quer um partido mais dinâmico e a falar a uma só voz.
Que razões o levaram a apresentar esta candidatura e avançar neste momento?
Foi um imperativo de consciência. Não só pelos resultados eleitorais, mas como forma de dar aos militantes uma opção de escolha. Entendo que os resultados não foram os melhores e que podia ter sido feito algo de diferente e melhor.
Os mandatos da comissão política são de dois anos e o último ciclo autárquico teve dois presidentes de comissão política. O que é que neste último ciclo correu menos bem no PSD de Santo Tirso?
A nível interno, o que correu menos bem foi a falta de capacidade de desenvolver um projeto que fosse cativador e motivador para todos os nossos militantes em termos de participação ativa na vida política. É preciso ter um projeto interno dinamizador sobre o qual consigamos construir um bom futuro. Não tem a ver com a pessoa, não tem a ver com as características do candidato A ou do candidato B. O que está em questão é um projeto motivador que efetivamente galvanize todos os nossos militantes para que depois tenhamos capacidade mobilizadora externa.
“É preciso ter um projeto interno dinamizador sobre o qual consigamos construir um bom futuro.”
Ricardo Pereira
Nesse sentido, o que trará a candidatura do Ricardo Pereira de diferente à atuação do PSD?
A nossa candidatura tem 4 eixos estruturantes, quer a nível interno, quer externo que vai trazer credibilização a nível de propostas. Primeiro, queremos criar um gabinete autárquico que vai servir para agilizar e orientar a estratégia política entre a vereação, assembleia municipal, freguesia e a comissão política. Para que a nossa ideologia e as nossas propostas não sejam interpretadas de maneira diferente nos diversos órgãos. Esta é uma medida interna que irá dinamizar o partido também externamente.
Por que razão esta divisão entre o trabalho da Comissão Política e a Vereação acontece no PSD?
Tem que perguntar aos intervenientes anteriores, não posso responder por eles. A mim compete-me analisar e arranhar soluções. Esta medida surge precisamente por ter entendido que o PSD não fala a uma só voz. Isto é muito importante. As pessoas foram eleitas, têm os mandatos para cumprir e nós temos que contar com eles. E eles têm que ter um sentimento de pertença ao partido que representam. O Gabinete autárquico não só resolve o assunto como, se a partir do gabinete autárquico conseguirmos produzir propostas para todos os eleitos, teremos uma plataforma para dar a conhecer às pessoas o nosso trabalho. Esse é o passo seguinte. Nós, neste momento temos dificuldade em comunicar com o povo. As nossas propostas, mesmo quando rejeitadas têm que ser dadas a conhecer às pessoas. O que propomos, como votamos, as razões pelas quais votamos uma proposta em determinado sentido. Vamos criar um newsletter online, pública e acessível a todos com a nossa atividade. Daí que diga que é muito mais importante dar preferência às propostas do que às festas. Esta é que é a grande diferença.