Cruzamento entre as avenidas 4 de abril 1955 e Paradela com a rua Silva Araújo é uma dor de cabeça para moradores e condutores devido à falta de visibilidade no local. Melhor sinalização e requalificação dos diversos arruamentos confluentes são apontadas como as soluções para o problema.
Uma das maiores artérias de circulação da Vila das Aves e um problema já com barbas que só tende a ficar mais velho. É no cruzamento da Rua Silva Araújo com a Avenida 4 de abril de 1955 e a Avenida de Paradela que os acidentes se consumam constantemente. O Entre Margens foi até ao local, conversou com os moradores daquelas ruas para perceber, de facto, quais as causas do problema e as possíveis soluções.
“Aqui não há uma semana sem acidentes”, dizia ao Entre Margens Luísa Martins, uma das moradoras da rua, que já viu várias vezes o muro da casa da irmã, localizada mesmo no cruzamento, a ser parcialmente destruído por conta de embates que lá ocorrem. Até agora, os danos contam-se apenas materiais, seja nas habitações ou mais frequentemente nos automóveis, mas habitantes e transeuntes não descartam outras consequências.
As histórias dos acidentes têm uma vida tão longa quanto os pedidos de requalificação daquela rua. Um dos quais foi atendido em 2017. Numa obra adjudicada em 422 mil euros que incluiu a requalificação do pavimento, dos passeios e colocação de nova sinalização vertical. Mas apenas em parte da rua. A que se prolonga desde o cruzamento até ao Mercado. A segunda fase ficou para mais tarde.
Há quem realce a necessidade premente de colocação de um obstáculo de circulação, neste caso, uma lomba bem acentuada, a acrescentar à sinalização vertical já existente. «Ninguém respeita os sinais de ‘STOP’», indicou, prontamente, Joaquim Torres, morador da Rua Silva Araújo. Os sinais de ‘STOP’ evidenciam como os condutores devem agir: aqueles que se dirigem da Avenida 4 de abril de 1955 ou da Avenida de Paradela, são obrigados a parar no cruzamento. Quem vem do lugar de Romão em direção ao Mercado, ou vice-versa, tem prioridade. Com ou sem sinalização. No entanto, como o Entre Margens pôde testemunhar no local durante a reportagem, há condutores que ignoram olimpicamente a sinalização, avançando praticamente sem abrandar e muito menos parar.
Apesar deste aspeto, há um ponto fulcral: a falta de visibilidade do local. Se por um lado a sinalização presente na Avenida de Paradela é notória e a visão periférica dos veículos nas ruas perpendiculares é facilitada, na Avenida 4 de abril de 1955, a história já não se repete. Há uma dificuldade de visualização do próprio sinal vertical por parte dos condutores, uma vez que este se encontra numa posição muito próximo do muro de uma das casas, quase que camuflado na paisagem.
E mesmo os que param, têm dificuldade de visualização dos automóveis que circulam na Rua Silva Araújo, principalmente os que deslocam no sentido Romão – Mercado. O alinhamento da casa que se encontra naquele ângulo não permite uma visão completa, obrigando-os a colocarem “o nariz de fora”, exponenciando o perigo de colisões com quem circula na via prioritária.
Segundo os relatos de Joaquim Fânzeres, também morador na Rua Silva Araújo, há um problema de alinhamento de duas casas com as ruas. A construção dos muros que circundam as propriedades ‘roubaram’ espaço à estrada, o que, numa possível e necessária requalificação, teria que ser prontamente resolvido. Isto, até porque o problema não é só de quem conduz, mas também de quem se dirige a pé, da Avenida 4 de abril de 1955 em direção à Rua Silva Araújo, em qualquer dos sentidos, acaba por ‘ficar sem pé’ porque os passeios encolhem até deixarem de existir.
“Há aqui um problema de urbanização e de visibilidade. As casas estão completamente desalinhadas com a rua e dificultam a visibilidade. É necessário um desenho do próprio cruzamento, um alinhamento das ruas e dos passeios da Avenida de Paradela com a Avenida 4 de abril 1955. Em relação ao ‘STOP’ fazer algum tipo de marcação no chão para chamar à atenção porque o perigo disto também é o sol que ‘bate’ de frente e diminui a visão”, explicou Joaquim Fânzeres.
O problema não finda apenas no cruzamento. É notória uma despreocupação e falta de cuidado em toda a Avenida 4 de abril de 1955: a estrada aos ‘solavancos’, os passeios danificados, as ervas a crescerem de forma desvairada e as árvores não cuidadas. A par da Rua Silva Araújo, a Avenida é também uma das espinhas dorsais da urbanização de Vila das Aves. Uma característica que se poderá tornar ainda mais evidente com a criação da tão falada ponte entre Cense e Rebordões. Assim, o cruzamento poderá tornar-se num ponto fulcral de uma nova porta de entrada da vila, evidenciando, ainda mais, a necessidade de requalificação do local.
A solução para a constante de acidentes que acontecem no cruzamento das Avenidas com a Rua Silva Araújo pode ter um fim próximo, uma vez que o plano de requalificação da Vila das Aves, com especial ênfase para a segunda fase de requalificação da Rua Silva Araújo, já foi sugerido pelo presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa. Projetos, valores monetários ou datas, não foram revelados. Fica a esperança de que o problema não continue a ganhar barbas.