Joaquim Faria, recandidato ao cargo de presidente da junta pelo PS, diz que tem “sentimento de dever cumprido”. Depois de passar oito anos a fechar dossiers do passado, quer agora virar-se a construir o futuro da vila.
Há quatro anos, obteve uma vitória muito significativa. Sente que correspondeu às expectativas da população que confiou em si?
Sinto que sim. É claro que nem tudo a que nos propusemos foi executado porque, entretanto, surgem contratempos e outras prioridades, mas no geral, sim. Estamos a fazer a reabilitação urbana digna desse registo. Fizemos muitas outras obras, nomeadamente ruas e passeios para melhorar a segurança dos avenses. Não esquecer o Parque do Verdeal, que era uma promessa de há trinta anos e nós resolvemos, como resolvemos situações no cemitério, ou seja, coisas que não estavam no nosso manifesto mas tivemos de fazer. Esta boa interligação entre junta e câmara permitiu-nos fazer muita obra.
Fizemos um programa audaz e estou satisfeito porque aquilo que ficou por fazer são apenas pequenas coisas. Somos acusados de não ter feito nada, mas basta percorrer a vila para ver que foi feita muita coisa e perceber que aquilo que se diz não é justo. Se os avenses exigem mais, imaginem o que eu exijo ao Presidente da Câmara para a nossa vila.
Do que mais se orgulha de ter conseguido neste mandato?
O que mais me orgulho é ver obras. Ver estaleiros, movimentações, ver a melhoria na qualidade de vida dos avenses. E outra coisa que me deixa orgulhoso é deixar projetos para o futuro. Quando cá entrei não havia nada, mas agora sei o que vamos fazer nos próximos quatro anos.
Que projetos são esses?
A rua Silva Araújo, a rua Nossa Senhora da Conceição, o mercado vai finalmente passar do projeto para a obra. Está previsto mais investimento em ruas como a do Infante D. Henrique, o Largo da Mariana, a própria rua de São Miguel e a abertura da ligação da Tojela ao Bom Nome, vamos abrir a travessa do Infantário e fazer a rua António Abreu Machado entre a Igreja e Santo André.
O que correu menos bem, na sua perspetiva?
As obras não começaram quando estavam previstas. É o tribunal de contas, são os processos administrativos pesados. Antigamente conseguia-se fazer obras do dia para a noite, hoje, infelizmente, há um processo burocrático muito pesado, que depois enrola, enrola, enrola que arrasta os processos no tempo e depois as pessoas não compreendem.
Os seus adversários políticos apontam-lhe, sobretudo, duas questões. A primeira, relativamente à limpeza das ruas. A segunda, pelo facto de, ao fim de oito anos, embora a obra esteja concluída, o infantário ainda não estar a funcionar. Como é que reage a estas críticas?
Muito fácil. Primeiro, foi opção desta junta não usar herbicidas, o que com a falta de recursos humanos para fazer esse trabalho, torna-se difícil. Há muita dificuldade, não só aqui como no privado, em arranhar pessoas para trabalhar, ainda para mais cantoneiros. Podíamos pensar numa via empresarial, mas certamente que não conseguiríamos cobrir toda a vila com os custos associados. Mas, aos poucos, com calma, vamos conseguir tratar do assunto.
Sobre o infantário, por mim, já estava aberto há mais de um ano. Infelizmente não sou eu que mando. Tivemos problemas com o empreiteiro que não cumpriu os prazos de entrega da obra. Neste momento, a obra está completamente pronta. Já tem recheio, já tem a cozinha, tem tudo pronto para receber as crianças. Faltam problemas burocráticos, inspeções e tudo mais por parte das autoridades.
Durante muito tempo as relações entre a junta e a Câmara eram complicadas, hoje não. Que impacto tem realmente o pacote financeiro que o município tem distribuído pelas juntas de freguesia?
Quando as pessoas estão nesta posição e não procuram os problemas, querem resolvê-los, não temos que atacar quem pode resolver a maior parte. A postura sempre foi de diálogo e transparência. Não vale a pena criar guerrilhas que o tempo demonstrou que não leva a lado nenhum. Se fizermos o levantamento, foi feito muito mais entre 2017 até agora, do que o que tinha sido nos dezasseis anos anteriores.
A pergunta seguinte também é interessante. A verba que a Câmara atribui à junta não serve para despesas correntes. É dinheiro para investimentos. E para ter essas verbas tenho de apresentar aquilo que quero fazer e o presidente atribui a verba dirigida para isso. São despesas para resolver problemas das pessoas. Isso dá-nos alento para podermos resolver problemas que até aqui não conseguíamos.
Que prioridades vão orientar o próximo mandato?
A prioridade é sempre a manutenção da vila. A limpeza das ruas, a gestão do cemitério, coisas pequenas que tenham grande impacto no dia a dia das pessoas. Depois, continuar a reabilitação urbana, tanto no centro da vila como na periferia. Queremos requalificar os fontanários e os lavadouros, criar mais parques infantis em zonas como a Barca e Cense para não ficarem só no centro. Mais apoio social para tentar minimizar o impacto da inflação. A equipa que me acompanha está motivada, está empenhada para fazer mais por Vila das Aves.
Como é que gostava de ver Vila das Aves daqui a quatro anos?
Gostava que conseguíssemos intervir mais a nível social. Temos muitos idosos com algumas necessidades e a precisar ajuda, muitas vezes escondida. Tentar chegar a essas pessoas. Depois, realmente, requalificar vias e passeios. Estamos muito melhor do que estávamos há quatro anos, mas ainda há muito para fazer. As ruas estão identificadas.
Na verdade, sei que aconteça o que acontecer, tenho a consciência tranquila. O que mais me orgulha é que Vila das Aves está melhor do que aquilo que encontrei e tenho a certeza que daqui a quatro anos terei o mesmo sentimento. Até agora estivemos a fechar processos antigos. De uma vez por todas, teremos projetos a curto e longo prazo.