[Entrevista] Joana Gonçalves (CDS): “Falta ao Joaquim Faria pulso firme para reivindicar”

ATUALIDADE

Joana Gonçalves encabeça lista do CDS à junta de Vila das Aves. Quer aposta na reabilitação de prédios devolutos e apoio ao comércio local, acusando Joaquim Faria de “falta de pulso firme”.

Que tipo de avaliação faz do mandato dos últimos quatro anos?
A avaliação que faço que é faltou liderança e pulso firme. Faltou-lhe ter a capacidade para resolver os problemas que a freguesia enfrenta e as preocupações das próprias pessoas. Ele não anda na rua. Sou arqueóloga, portanto sei da importância do trabalho de campo. É preciso percorrer toda a freguesia, não só antes das eleições, para perceber o que é mais importante e decidir sobre quais são as prioridades, porque como se sabe, o dinheiro não chega para tudo.

O que a levou a candidatar-se?
O que me leva a candidatar-me é muito simples. Primeiro, o rompimento do acordo de coligação com o PSD. E não havendo coligação, a gente tem de se apresentar sozinha. Somos um partido político, não temos que ter medo de ir a eleições, nem andar escondidos. Existimos e temos que demonstrá-lo. Se a gente não se apresenta, aí é que as pessoas dizem mesmo que o CDS não existe.
Eu sempre quis fazer política e desde que me lembro não vejo grandes diferenças na freguesia. E as que vejo, fico a pensar se serão as mais adequadas. Acho que a vila está muito parada, em termos de dinâmica cultural. Noto que se têm feito algumas iniciativas, mas ainda é preciso mais.

Há uns anos dizia-se que a vila estava parada porque era de uma cor política diferente. Desde há oito anos a esta parte já não é. Isso nota-se?
Continua igual. Acho que por agora é o Alberto Costa que manda e pronto. Falta ao Joaquim Faria pulso firme para reivindicar e decidir se vale a pena fazer uma rua no centro, na Barca ou em Cense. Usam-se números como propaganda e não com efetividade.
Nota-se na creche que é um serviço fundamental e prioritário para a vila, mas ainda não foi concretizada, apesar de ter sido a principal promessa de campanha já oito anos. E não vai estar. Penso que é consensual entre todos que é um serviço fundamental e que faz falta à população.

Na ótica do CDS, o que é necessário fazer para impulsionar a vila?
É necessário auscultar as pessoas. Depois é preciso dinamismo porque há uma quebra de dinâmica que leva as pessoas a procurar entretenimento em sítios vizinhos. Apostar no empreendedorismo. Na habitação, as pessoas também fogem para concelhos vizinhos. Temos de pegar nas casas devolutas e tentar, com os proprietários, encetar acordos para a sua reabilitação. Temos casas tão bonitos e património histórico que não podem estar assim a cair.
Penso que é fundamental apoiar ao comércio local, apoiar os jovens com bolsas de mérito. Precisamos de medidas de apoio ao meio ambiente, como a instalação de painéis solares nas escolas e no edifício da junta ou a limpeza das margens dos rios.
Depois, as obras nas ruas. Aquilo não se passa. É estreito. Aquela saída do quartel dos bombeiros, tem de ter largueza. Não faz sentido.

Considera, portanto, que há falta de coordenação entre junta de freguesia e câmara?
No caso das ruas, penso que seguem o mesmo plano de Santo Tirso. Ruas estreitas e passeios largos. Temos de ter atenção ao tamanho dos camiões para conseguirem passar nos dois sentidos. Questões práticas e que facilmente podem ser modificadas.

O CDS parte com que expectativas para estas eleições? O facto de haver seis candidatos pode abrir uma janela para que os partidos mais pequenos consigam representação?
Sim. Penso que é possível que entrem três partidos na Assembleia. Para além de PS e PSD, não sei quem será o terceiro. Pode ser o CDS e se assim for fico numa situação complicada. A minha posição pode decidir a maioria. Por um lado, Joaquim Faria não fez um grande trabalho. Não fez só coisas más, também fez coisas boas, mas não é o meu eleito. Com o Carlos Valente, há aquela questão do rompimento do acordo de coligação. O que faria, sinceramente, era ver o número de votos que separavam um e outro e, se fosse significativo, viabilizava aquele que teve mais votos. Ponto final.

Como é que gostava de ver a Vila das Aves daqui a 4 anos?
Gostava de ver esta como a melhor vila de Portugal. Quero que as pessoas se sintam bem e venham morar para cá. Que haja realmente essa dinâmica de atividades culturais, um festival de cultura, uma feira gastronómica, uma feira têxtil. Quero mexer com a vila e dinamizar o comércio. Quero mais habitação e menos casas devolutas. Quero ver mais apoio a pessoas com deficiência.
Gostava que, no final dos quatro anos, as pessoas dissessem “ela fez”. Quero que digam que vieram conversar comigo e eu consegui resolver a situação. Estou aqui para fazer um bom trabalho.

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