[CRÓNICA] Viva a República!

CRÓNICAS/OPINIÃO Hugo Rajão

A monarquia fundamenta-se assim em características moralmente arbitrárias, numa espécie de lotaria natural e social, e, portanto, é em si mesmo injusta. Aquilo que encontra a sua legitimidade na arbitrariedade é, por si só, ilegítimo e por isso deve ser abolido.

É este o espírito da ética republicana. São os atos e as escolhas que nos definem e não o privilégio de berço. Nós é que escolhemos o nosso lugar, não nos é simplesmente atribuído à partida. Somos agentes de mudança, e não meros súbditos.

 Os movimentos republicanos mudaram o curso da História, e lançaram as primeiras sementes para a construções das democracias liberais que hoje reconhecemos nas sociedades mais desenvolvidas do mundo. É a primeira tentativa para fundar a sociedade civil numa normatividade racional, e não na arbitrariedade.

A república funde-se na ideia de igualdade moral. Cada um de nós tem um valor intrínseco, igual a de todos os outros, independentemente das demais características. Em suma, todos somos portadores de dignidade e, portanto devemos ser respeitados enquanto tal – enquanto livres e iguais.

Hoje, num mundo cada vez mais desigual e em que o berço – pela herança – volta a ter cada vez maior predominância na posição socioeconómica que cada um vem a ocupar, importa refletir se o espírito republicano se está efetivamente a cumprir, ou precisa de ser refundado.

Viva o 5 de outubro. Viva a República!

“A República funde-se na ideia de igualdade moral. Cada um de nós tem um valor intrínseco, igual ao de todos os outros, independentemente das demais características”

Hugo Rajão

Na monarquia a essência precede a existência. Por outras palavras, o valor de cada um é atribuído a priori, pela natureza do berço. A esse valor corresponde um lugar, que não pode ser modificado quer pelos nossos atos, quer pelas nossas escolhas.

A monarquia fundamenta-se assim em características moralmente arbitrárias, numa espécie de lotaria natural e social, e, portanto, é em si mesmo injusta. Aquilo que encontra a sua legitimidade na arbitrariedade é, por si só, ilegítimo e por isso deve ser abolido.

É este o espírito da ética republicana. São os atos e as escolhas que nos definem e não o privilégio de berço. Nós é que escolhemos o nosso lugar, não nos é simplesmente atribuído à partida. Somos agentes de mudança, e não meros súbditos.

 Os movimentos republicanos mudaram o curso da História, e lançaram as primeiras sementes para a construções das democracias liberais que hoje reconhecemos nas sociedades mais desenvolvidas do mundo. É a primeira tentativa para fundar a sociedade civil numa normatividade racional, e não na arbitrariedade.

A República funde-se na ideia de igualdade moral. Cada um de nós tem um valor intrínseco, igual ao de todos os outros, independentemente das demais características. Em suma, todos somos portadores de dignidade e, portanto devemos ser respeitados enquanto tal – enquanto livres e iguais.

Hoje, num mundo cada vez mais desigual e em que o berço – pela herança – volta a ter cada vez maior predominância na posição socioeconómica que cada um vem a ocupar, importa refletir se o espírito republicano se está efetivamente a cumprir, ou precisa de ser refundado.

Viva o 5 de outubro. Viva a República!

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