Desportivo das Aves admite faltar ao último jogo do campeonato

ATUALIDADE DESPORTO

Com a despromoção selada, administração da SAD do CD Aves diz que vai faltar ao jogo da última jornada com o Portimonense porque “não estão reunidas as condições para salvaguardar a verdade desportiva”. Falta de comparência pode ditar conclusão da época com zero pontos.

O despromovido Aves vai faltar ao jogo no estádio do Portimonense, da 34.ª e última jornada da Liga NOS, previsto para 26 de julho, de forma a “salvaguardar a transparência na luta pela permanência”.

“Face dos problemas que vêm afetando o CD Aves SAD, com rescisões quase diárias, outras iminentes e jogadores do plantel com vários meses de salários em atraso, que poderão conduzir a novos conflitos laborais, num contexto que vem obrigando a nossa equipa técnica a recorrer a jogadores sub-23 para formar o ‘onze’ a cada jornada que passa, a administração concluiu que não estão reunidas as condições para salvaguardar a verdade desportiva e a transparência na luta pela permanência na Liga na deslocação a Portimão”, justificam os avenses, em comunicado enviado esta sexta-feira à Lusa.

A acionista da empresa que gere o futebol profissional do Aves, Estrela Costa, reforçou à agência Lusa que o clube não iria deslocar-se a Portimão, independentemente da decisão que a Liga de clubes adotasse relativamente à atribuição de pontos nesse jogo.

“Receando não reunir jogadores suficientes e, sobretudo, jogadores que garantam uma equipa competitiva contra o Portimonense, o CD Aves SAD, consciente das consequências que daí possam decorrer, vem pedir à Liga que os pontos do jogo com o Portimonense não sejam atribuídos, sob pena de ver afetada a verdade desportiva entre os clubes que lutam no fundo da tabela para evitar a descida de divisão”, termina a nota.

O plantel orientado por Nuno Manta Santos prepara a receção ao Benfica, segundo classificado, na terça-feira, às 21H15, de encerramento da 33.ª e penúltima ronda, que assinalará o fim de um ciclo inédito de três épocas seguidas dos avenses na elite do futebol nacional, intercaladas com a conquista da Taça de Portugal, em 2017/18.

Cinco dias depois, o lanterna-vermelha da Liga  NOS deveria enfrentar o Portimonense, 16.º colocado e primeiro clube acima da zona de despromoção, com os mesmos 30 pontos de V. Setúbal, 17.º e penúltimo, e Tondela, 15.º, envolvidos na luta pela fuga à descida, que ainda engloba o Belenenses SAD (14.º, com 32 pontos) e o Paços de Ferreira (13.º, com 35).

De acordo com o artigo 16.º do Regulamento de Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a “falta de comparência não justificada de um clube a jogo oficial de uma competição por pontos determina, nos termos previstos no Regulamento Disciplinar, a atribuição ao clube adversário dos três pontos correspondentes à vitória”.

A ausência “em algum dos três últimos jogos de uma competição a disputar por pontos” determina, segundo o artigo 76.º do Regulamento Disciplinar da LPFP, a “sanção de derrota no jogo ao clube que não compareceu e subtração de todos os pontos até então obtidos”, à qual se pode agregar uma coima.

A decisão da SAD liderada pelo chinês Wei Zhao surge algumas horas depois de o defesa internacional angolano Jonathan Buatu, que estava cedido pelo Rio Ave desde janeiro, ter sido o sétimo atleta a justificar a desvinculação do emblema do concelho de Santo Tirso com sucessivos incumprimentos salariais, verificados desde dezembro de 2019.

O guarda-redes francês Quentin Beunardeau e o avançado brasileiro Welinton Júnior entregaram pedidos de rescisão em abril, em plena pausa competitiva motivada pela pandemia de covid-19, enquanto os médios Aaron Tshibola, Estrela e Pedro Delgado e o avançado Kevin Yamga consumaram as respetivas saídas na semana passada.

A SAD do Aves foi absolvida em 30 de junho da acusação de incumprimento salarial com jogadores e treinadores entre dezembro e março, mas aguarda pela resolução de outro processo idêntico, assente na ausência de documentos comprovativos quanto à regularização dos vencimentos dos meses de março e abril.

O assunto foi remetido da LPFP para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol em 09 de junho, podendo custar uma penalização de dois a cinco pontos, face aos 17 somados em 32 jornadas pelos nortenhos, que confirmaram a despromoção à 2.ª Liga em 29 de junho.

Fonte: Agência Lusa

Foto: Vasco Oliveira (Arquivo Entre Margens)

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